O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, sugeriu nesta terça-feira (30) que as principais potências nucleares têm parte da culpa pelo fato de outros países estarem em busca de armas atômicas porque, ao invés de eliminarem seus arsenais, os estão modernizando.
A declaração de ElBaradei foi feita em Viena, às margens de um reunião de 145 integrantes da AIEA concentrada em parte nas preocupações com a proliferação de armas, especialmente os casos da Coréia do Norte e do Irã.
A Coréia do Norte, que dois anos atrás testou uma bomba nuclear, paralisou seu desarmamento e agora trabalha na reativação de uma usina de produção de plutônio.
O Irã, por sua vez, tem desafiado resoluções do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) para que suspenda as atividades de enriquecimento de urânio.
Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França - três potências nucleares signatárias do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) - são particularmente críticos do Irã.
Apesar de ElBaradei ter-se referido a "todas" as potências nucleares, seus comentários parecem ser dirigidos a esses três países em particular.
"Como posso eu ir na cara dura a um país que não é uma potência nuclear e dizer ali que armas atômicas não são um bom negócio ao mesmo tempo em que os países armados continuam a modernizar seus arsenais sob a alegação de que 'necessitam de armas nucleares'", declarou diretor-geral da AIEA, entidade subordinada à ONU.
Ainda assim, prosseguiu ele, "a maior ameaça à segurança" não é a proliferação em si, mas o risco de extremistas conseguirem acesso a uma arma nuclear ou a materiais para montar uma bomba suja. As informações são da Associated Press.
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