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As potências mundiais redigiram uma resolução no âmbito da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) pedindo ao Irã que esclareça o propósito de uma recém-revelada usina de enriquecimento de urânio e confirme que não há mais atividades nucleares ocultas, disseram diplomatas nesta terça-feira.

A resolução, apoiada por EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha, deve ser apresentada na reunião do conselho diretor da AIEA que começa na quinta-feira. O apoio de Moscou e Pequim é significativo porque esses dois governos habitualmente impedem uma posição unificada contra o Irã no âmbito da AIEA e do Conselho de Segurança da ONU.

Mas não está claro se a resolução terá maioria entre os 35 países que integram a direção da agência, já que quase metade deles pertence a um bloco de países em desenvolvimento que inclui o próprio Irã.

Se aprovada, será a primeira resolução da AIEA contra o Irã em quase quatro anos. Caso seja barrada, pode se tornar uma simples declaração das seis grandes potências.

Em seu último relatório, a AIEA disse que, ao demorar para admitir a existência da usina de enriquecimento de Fordow, o Irã afetou a confiança nas suas declarações de que não realiza mais atividades secretas.

A proposta de resolução pede ao Irã que apresente um cronograma detalhando o propósito original e o projeto da usina, segundo diplomatas familiarizados com seu conteúdo, que pediram anonimato.

O Irã diz que a instalação subterrânea, próxima à cidade sagrada de Qom, irá começar a funcionar com 3.000 centrífugas em 2011, gerando combustível nuclear baixamente enriquecido para reatores nucleares civis.

Teerã afirma que se trata de uma instalação "reserva" que poderia suprir o trabalho da usina de enriquecimento de Natanz, que é muito maior, caso esta venha a ser bombardeada por Israel.

Analistas ocidentais dizem que, por sua pequena capacidade, a usina de Fordow se presta apenas ao enriquecimento de pequenas quantidades de urânio para o uso em uma bomba. As usinas de enriquecimento para fins civis normalmente precisam de dezenas de milhares de centrífugas para gerar o combustível suficiente para abastecer uma usina nuclear.

A construção de Fordow começou em 2007, mas só foi revelada pelo Irã em setembro. O Irã alega ter anunciado a obra com antecedência suficiente, sem violar qualquer regra. A AIEA diz que o anúncio deveria ter sido feito assim que o projeto começou.

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