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Edmundo González Urrutia, representante da Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal coalizão opositora na Venezuela, fez um apelo público nesta segunda-feira (19) para que o ditador Nicolás Maduro inicie uma transição democrática no país.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, González pediu que Maduro "dê o passo agora" para que seja possível começar uma mudança pacífica e efetiva na Venezuela, e que ele "respeite a decisão dos venezuelanos".
O opositor acusou Maduro de ser o principal responsável pela atual crise econômica e social que afeta o país. Segundo González, "o povo está cansado de tanto abuso e corrupção", e a permanência do ditador chavista no poder “apenas agrava o sofrimento dos venezuelanos”. González também disse que o regime de Caracas tem governado um país “em crise e sem liberdade” e que Maduro é responsável por toda "pobreza e dor" dos venezuelanos.
No vídeo, o opositor manifestou sua disposição para o diálogo político como uma forma de iniciar a transformação democrática do país.
"É a nossa hora, a hora de milhões de venezuelanos que desejamos dar o melhor de nossas vidas para a reconstrução de nossa pátria. Toda a Venezuela exige que façamos os esforços necessários para que seja respeitada a soberania popular. Por isso, estou disposto ao diálogo político para começar a transformação democrática definitiva de nossa nação", afirmou González.
A PUD afirma que González ganhou a eleição presidencial realizada no dia 28 de julho, disputa que o chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ponta Maduro como vencedor, mesmo sem apresentar as atas de votação que comprove seu resultado. A plataforma opositora, por sua vez, baseia sua vitória em 83,5% das atas de votação que foram recolhidas por testemunhas e membros de seções eleitorais. Tais atas foram divulgadas para consulta pública em um site.
A PUD já fez um apelo à comunidade internacional, incluindo os governos do Brasil, Colômbia e México, para pressionar o chavista CNE a divulgar as atas da eleição.
Durante este final de semana, milhares de venezuelanos residentes no país e que estão refugiados por diversas partes do mundo saíram às ruas para manifestar seu descontentamento com o resultado fraudado e seu apoio à plataforma opositora, que também é liderada por María Corina Machado.