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crise humanitária

Povoado rico na Suíça prefere pagar multa de R$ 1 milhão a receber dez refugiados

Navio Vega, que desembarcou na Itália no domingo (29), resgatou 600 migrantes e refugiados que atravessavam o Mediterrâneo. | GIOVANNI ISOLINO/AFP
Navio Vega, que desembarcou na Itália no domingo (29), resgatou 600 migrantes e refugiados que atravessavam o Mediterrâneo. (Foto: GIOVANNI ISOLINO/AFP)

Um povoado na Suíça, um dos mais ricos da Europa, se recusou a cumprir sua parte na cota imposta pelo governo para a recepção de refugiados, votando pelo pagamento de multa de 200 mil libras, cerca de R$ 1 milhão. Os residentes de Oberwil-Lieli, onde existem 300 milionários em uma população de 2.200, votaram “não” em um referendo sobre aceitar apenas dez asilados.

A proposta do governo suíço impôs uma cota entre os seus 26 cantões, a fim de cumprir promessa de receber 50 mil refugiados, mas Oberwil-Lieli rejeitou o projeto com 52% dos votos. “Não os queremos aqui. É simples assim”, declarou morador ao jornal “Mail Online”. “Trabalhamos duro a vida toda e temos um belo povoado, e não queremos isso destruído.”

Steve Symonds, do Programa de Refugiados da Anistia Internacional no Reino Unido, pede ao Ocidente que assuma sua parte na crise de refugiados. “Assim como é errado que países ricos deixem para os mais pobres o abrigo a maior proporção da população de refugiados, as comunidades ricas devem compartilhar a responsabilidade com os menos abastados.”

Andreas Glarner, prefeito de Oberwil-Lieli, negou que a recusa seja racismo; “Dinheiro pode ser enviado para ajudá-los, mas trazê-los para cá passa a mensagem errada. Outros virão e vão arriscar suas vidas cruzando o oceano.”

“Não queremos Boateng como vizinho”

Uma declaração do vice-presidente do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), Alexander Gauland, sobre o jogador Jérôme Boateng, do Bayern de Munique e da seleção do país, provocou mal-estar e gerou reações do governo, da Federação Alemã de Futebol e nas mídias sociais. Em entrevista publicada no domingo no diário “Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung”, o político afirmou que “as pessoas o consideram um bom jogador de futebol, mas não querem um Boateng como vizinho”. Filho de pai ganês e mãe alemã, Boateng nasceu em Berlim e é um dos principais jogadores da seleção campeã mundial.

Para o ministro da Justiça, Heiko Maas, a declaração é “racista” e de “baixo nível”. “Quem fala como Gauland deixa cair a própria máscara, e não só como mau vizinho”, afirmou Maas, de acordo como a Deutsche Welle.

Reinhard Grindel, presidente da Federação Alemã de Futebol, descreveu o atleta como um “jogador excelente e uma pessoa maravilhosa, que se engaja socialmente e é modelo para muitos jovens”.

Nas mídias sociais, centenas de pessoas criticaram Gauland. Diante da repercussão, ele disse ter sido mal interpretado pelo jornalista, o que a publicação negou. A presidente da AfD, Frauke Petry, pediu desculpas pela “impressão causada”. Boateng não se pronunciou.

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