O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), apresentou nesta terça-feira (22) um requerimento pedindo a convocação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para explicar na Câmara o abrigo dado ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Nesta tarde, a Casa aprovou uma moção de repúdio ao cerco à embaixada brasileira naquele país. A intenção seria convocar Amorim para uma comissão geral no plenário da Casa. O requerimento tem de ser aprovado pelo plenário da Câmara.
O PPS se posicionou de forma contrária ao abrigo dado pelo Brasil. O vice-líder do partido, Raul Jungmann (PPS-PE), argumentou que não deveria ser permitido ao presidente deposto continuar sua atuação política de dentro da embaixada.
"Precisa ficar claro qual o papel do Brasil nessa questão. O senhor Zelaya não pode estar na embaixada e atuando politicamente, usando a embaixada como plataforma política. Ele não pode fazer comício de lá de dentro", disse Jungmann.
Nesta tarde, o plenário aprovou uma moção de repúdio contra o cerco a embaixada. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) foi um dos que defendeu a aprovação e destacou o fato de Zelaya ter sido vítima de um golpe de estado.
A afirmação de Alencar provocou protestos em plenário. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) criticou o colega e defendeu a articulação das forças armadas de Honduras para depor Zelaya. "Não houve golpe militar como estes esquerdões aí estão falando. A decisão foi da justiça".
Senado
A Comissão de Relações Exteriores do Senado também aprovou nesta terça-feira (22) um requerimento repudiando o cerco à embaixada brasileira em Tegucigalpa, capital de Honduras. O cerco acontece porque o presidente deposto daquele país, Manuel Zelaya, está abrigado na embaixada brasileira desde segunda-feira (21). O fornecimento de água, luz e telefone foi cortado na segunda. Nesta tarde, o Encarregado de Negócios do Brasil na Venezuela, Francisco Catunda Rezende, disse que apenas o telefone permanece cortado.
Nesta tarde, a comissão ouviu o diretor do departamento de América Central e Caribe do Ministério de Relações Exteriores, Gonçalo Mourão. Ele destacou que o Brasil pediu ajuda aos Estados Unidos e à Organização dos Estados Americanos (OEA) e detalhou como Zelaya teria chegado à embaixada.
No requerimento aprovado, de autoria do líder do PT, Aloízio Mercadante (SP), o cerco é classificado como "absurdo" e contrário à Convenção de Viena sobre relações diplomática.
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