O prazo para a proposta dos rebeldes ao ditador líbio, Muamar Kadafi, de que ele ficasse no país desde que renunciasse primeiro expirou, disse ontem o líder do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Mohamed Abdul Jalil.
"Fizemos uma proposta. O prazo passou", afirmou, referindo-se à proposta feita através do enviado especial das Nações Unidas ao país, Abdul Ilah al-Khatib, há um mês. A oferta tinha uma data-limite de duas semanas para ser aceita.
Khatib visitou tanto Bengazi quanto Trípoli reduto de Kadafi na tentativa de negociar o fim dos conflitos na Líbia. Um diplomata disse que envolvia um cessar-fogo e a criação de um governo de poder compartilhado que não incluiria Kadafi.
O opositor ao ditador afirmou em uma coletiva de imprensa no bastião rebelde de Bengazi que o conselho apresentou "uma oferta muito específica e bem intencionada de que Kadafi poderia permanecer na Líbia", respeitando algumas condições, mas o período aceitá-las chegou ao fim.
De acordo com a oferta, Kadafi teria que se afastar do poder e abrir mão de todas as suas responsabilidades, o local de sua residência seria "uma decisão do povo líbio" e ele estaria sob "supervisão".
Confrontos
O ditador líbio enfrenta desde março uma ampla ofensiva militar dos rebeldes oposicionistas, que exigem sua renúncia imediata. Como outros líderes confrontados na onda de revoltas do mundo árabe, ele condena a interferência externa em seu país e diz que não deixará o poder.
A ONU aprovou uma resolução para intervenção militar no país, com objetivo de protegê-lo. A ofensiva, iniciada em 19 de março, não conseguiu derrotar Kadafi.