Seis pré-candidatos democratas à Casa Branca cortejaram líderes partidários na sexta-feira com apelos pelo fim da guerra do Iraque, mas ofereceram opiniões divergentes sobre como fazer isso.
Em rápidos discursos a quase 400 membros do diretório nacional e a centenas de outros ativistas que lotaram o salão de um hotel, os pré-candidatos disseram que a bancada democrata no Congresso precisa encontrar uma forma de fazer o presidente George W. Bush parar a guerra.
A senadora Hillary Rodham Clinton, que vem sendo criticada por ter dado seu voto autorizando a guerra em 2002 e por demorar a se voltar contra o conflito, prometeu trazer as tropas de volta se for eleita.
``Se nós no Congresso não acabarmos com esta guerra antes de janeiro de 2009, eu como presidente acabarei'', disse Hillary, que aparece como favorita. ``Entendo a frustração e o ultraje. Se eu fosse presidente em outubro de 2002, não teria começado esta guerra.''
A senadora e ex-primeira-dama comemorou a iminente votação de uma resolução simbólica no Congresso contra a política dos EUA no Iraque, dizendo que essa será ``a primeira vez que dizemos não a Bush''.
Mas outros candidatos disseram que o eleitorado esperava mais dos democratas. ``Estou desapontado por não encontrarmos uma forma de fazermos mais do que enviar uma mensagem sem sentido à Casa Branca'', disse o senador Chris Dodd. ``Não acredito que passar uma semana debatendo uma resolução que não é de cumprimento obrigatório seja a mudança pela qual a América votou.''
O ex-senador John Edwards, que em 2002 também votou para autorizar a guerra, mas agora diz ter votado errado, afirmou que os democratas têm a obrigação de impedir o aumento do contingente norte-americano no Iraque, como deseja Bush.
``(O governo Bush) está contando que sejamos fracos, políticos e cuidadosos'', afirmou. ``Não é hora de cálculos políticos. É hora de coragem política. É hora de nos erguermos.''
O senador Barack Obama, o deputado Dennis Kucinich e o ex-general Wesley Clark, que por enquanto não se lançou oficialmente na disputa, também se manifestaram contra a guerra em seus pronunciamentos.
Outros quatro possíveis candidatos - Joseph Biden, Bill Richardson, Tom Vilsack e Mike Gravel - falarão no sábado.
Essas aparições podem ser cruciais para candidatos em busca de doações e apoios. Há quatro anos, Howard Dean usou esse evento para um discurso que chamou bastante a atenção para sua candidatura, criticando os democratas por sua timidez em contestar Bush e a guerra.
Dean agora é o presidente do Partido Democrata e comandou o evento. ``Avançamos muito'', afirmou.
Obama, considerado atualmente o maior obstáculo à candidatura de Hillary, fez um discurso sóbrio, evitando frases de efeito fáceis e pedindo o fim do cinismo político. Ele disse que o eleitorado norte-americano deve se inspirar na campanha, não se afastar dela. ``Não queremos outra eleição em que os eleitores simplesmente tapam o nariz e sentem que estão escolhendo entre o menor de dois males'', afirmou.
Adversário da guerra desde o princípio, agora defendendo uma retirada gradual a partir de maio, Obama disse que cada candidato deveria apresentar um plano detalhado para acabar com a guerra.
``Bastou disputar contra George Bush na última eleição parlamentar; agora não vai bastar - o povo norte-americano espera mais, quer saber o que vamos fazer'', afirmou Obama, senador em primeiro mandato.
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