La Paz O preço que a Bolívia vai cobrar pelos 30 mil metros cúbicos de gás natural que fornece ao Brasil diariamente, que La Paz prometeu elevar nesta semana, vai definir quem tem mais poder de barganha: a Petrobrás ou a estatal boliviana YPFB. Os US$ 3,5 pagos pelo Brasil estariam perto do limite viável, segundo os analistas. A YPFB promete dobrar o valor.
Caro ou barato não são adjetivos aplicáveis à comparação de preços do gás natural no mundo. Analistas do setor afirmam que não existe uma referência internacional de preço para o produto, que permita a avaliação dos valores de cada contrato. Entre os argumentos do governo da Bolívia para pedir a elevação do preço do gás que exporta ao Brasil está o de que ele é inferior ao praticado em Nova Iorque.
Para os especialistas, a comparação não tem sentido, por não haver um mercado global de gás, como o de petróleo. A razão é simples: o transporte do gás natural depende de gasodutos, que demoram anos para ser construídos e limitam as opções de entrega do produto. O do petróleo, não. "O preço do gás é definido de maneira regional", afirma Larry Foster, editor mundial de gás e energia do site platts.com, considerado o mais completo do setor.
O preço de Nova Iorque, citado como referência pelo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, é o mais alto dos Estados Unidos, segundo Ellen Beswick, editora-chefe do site Intelligence Press, que acompanha os preços do gás naquele país.
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