A decisão da Arábia Saudita, anunciada neste domingo (4), de realizar a partir de julho um corte de 1 milhão em sua produção diária de barris de petróleo causou um aumento repentino nos preços da commodity na manhã desta segunda-feira (5).
O preço do petróleo do tipo Brent, referência mundial, chegou a subir cerca de 6,3%, atingindo US$ 76,71 o barril, o maior valor desde outubro de 2022.
O petróleo do tipo WTI, negociado em Nova York, teve alta de 4,1%, chegando a US$ 72,15.
A produção de petróleo da Arábia Saudita deverá ser de 9 milhões por dia a partir de julho. O país árabe, que antes tinha uma média diária de 10 milhões na sua produção de barris, optou pelo corte com o objetivo de manter o preço de venda do petróleo acima de US$ 80, o que o ajudaria a equilibrar seu orçamento fiscal. A decisão faz parte de um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+), que quer limitar a oferta da commodity para subir o seu preço.
Os países da Opep+ produzem cerca de 40% do petróleo mundial e cortaram sua meta de produção em um total de 3,66 milhões de barris de petróleo por dia, totalizando 3,6% da produção global.
Analistas do Goldman Sachs disseram à Reuters que o acordo de produção foi "moderadamente otimista" para os mercados de petróleo e pode aumentar os preços do Brent em dezembro deste ano entre US$ 1 e US$ 6 o barril, dependendo de quanto tempo a Arábia Saudita decida continuar mantendo sua produção diária em 9 milhões de barris.
"O impacto imediato do corte saudita no mercado é provavelmente menor, já que o levantamento de estoques leva tempo, e o mercado provavelmente já colocou alguma probabilidade significativa em um corte hoje", acrescentaram os analistas do banco.