O proprietário do edifício Rana Plaza, que desmoronou na quarta-feira (24), matando pelo menos 238 pessoas, construiu o prédio de oito andares em 2007 sem permissão e em solo instável, segundo funcionários da cidade de Daca. Sohel Rana, o proprietário que é também um político local, não solicitou as permissões obrigatórias da agência municipal que supervisiona a segurança dos prédios na região de grande Daca, declarou Sheikh Abdul Mannan, graduado funcionário da agência.
"O prédio não recebeu permissão de planejamento", disse Mannan. "Ele poderia e deveria ter sido demolido a qualquer hora".
Em vez disso, o proprietário pediu permissão para o prefeito de Savar, um centro comercial ao norte de Daca. Segundo Mannan, ele não tinha autoridade para permitir a construção do Rana Plaza, um complexo comercial com cinco fábricas têxteis, lojas e um banco.
Em entrevista, o prefeito Refayet Ullah reconheceu que seu gabinete havia emitido a permissão para Rana sem as permissões necessárias da agência de segurança de prédios da Daca.
Mas Ullah defendeu sua ação, dizendo que a agência demora muito para emitir as permissões, num momento em que a indústria de roupas de Bangladesh está em crescimento, já que empresas estrangeiras buscam alternativas mais baratas à China. "Centenas de fábricas nesta área foram construídas com permissão dos conselhos locais", disse ele.
O prefeito afirmou que Rana é um cidadão proeminente, que tem outros prédios na região, todos construídos com a aprovação do conselho local.
Rana construiu o prédio em 2007, drenando água de um lago e enchendo o espaço com fundações de concreto, segundo moradores locais. Esse tipo de terra, de baixa altitude e áreas pantanosas é geralmente mais barato em Bangladesh.
Na terça-feira, os trabalhadores foram retirados do prédio após o aparecimento de uma grande rachadura na parede externa, perto do terceiro andar. Segundo trabalhadores que participaram de um reunião, naquele mesmo dia, Rana disse que o prédio ficaria em pé "por mais cem anos".
Na manhã da quarta-feira, gerentes usaram megafones para chamar os trabalhadores. Alguns deles disseram que foram ameaçados com a suspensão do pagamento de não voltassem. Pouco depois, o prédio desmoronou com mais de 1.000 trabalhadores em sem interior.
Ullah disse que foi notificado quando o prédio apresentou rachaduras, na manhã de terça-feira. "Eu queria formar um comitê com especialistas, mas antes que eu pudesse agir, tudo ruiu". As informações são da Dow Jones.
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