A prefeita de Baltimore (Estado de Maryland, nos EUA), Stephanie Rawlings-Blake, pediu nesta quarta-feira (6) que as autoridades federais analisem se há um padrão de abuso ou discriminação dentro do Departamento de Polícia da cidade.
“Todos sabemos que Baltimore continua a ter uma relação fraturada entre a polícia e a comunidade”, afirmou, na semana seguinte aos violentos protestos em Baltimore, gerados pela morte de um jovem negro causada pela polícia.
Nesta terça (5), a nova secretária de Justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch, visitou a cidade. Em encontro fechado com Lynch, a prefeita afirmou que pretendia pedir ao governo federal uma investigação sobre possíveis violações de direitos civis em Baltimore -a “urgência do pedido”, disse, foi compreendida pela secretária.
“Nós precisamos ter uma relação baseada na confiança. E eu acredito que precisamos da assistência do Departamento de Justiça e de uma investigação federal para construí-la”, afirmou Rawlings-Blake.
Baltimore virou centro da atenção nacional após a morte de Freddie Gray, 25, no último dia 19. Gray sofreu uma grave lesão na coluna dentro de uma van policial após sua detenção, no dia 12. Ele foi colocado no veículo com pés e mãos algemados e sem cinto de segurança. Os seis policiais envolvidos no caso foram acusados pela Promotoria.
A prefeita da cidade disse ainda que os policiais de Baltimore devem começar a usar câmeras em seu uniforme até o fim do ano -medida que é apoiada pelo governo federal para ampliar o conhecimento sobre encontros entre negros e os agentes.
A investigação pedida por Rawlings-Blake é a mesma realizada em Ferguson (Missouri) após o caso do jovem negro Michael Brown, 18, morto por um policial branco a tiros.
Divulgado em março, o relatório concluiu que a população negra (67% do total em Ferguson) sofre detenções, multas de trânsito e prisões de forma desproporcional.