O prefeito de Bruxelas, Freddy Thielemans, propôs em debate a possibilidade de limitar os nascimentos como uma medida para combater a superpopulação na capital belga, informou nesta segunda-feira (1º) o site do jornal "Le Soir". As declarações do prefeito de Bruxelas em plena campanha para as eleições municipais na Bélgica geraram reações inclusive dentro do seu próprio partido.

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Thielemans reivindicou, durante um debate eleitoral em Flandres, que "a limitação dos nascimentos deveria ser abordada no contexto do combate à superpopulação", assim como disse que "em Bruxelas muitas famílias numerosas têm sete ou oito filhos. Pedem apartamentos sociais, mas esses imóveis não existem".

Diante da polêmica causada por essas declarações, o político socialista emitiu hoje um comunicado à imprensa em que esclarece que não apoia a restrição aos nascimentos por lei e destaca que respeita as "liberdades individuais e as decisões das famílias". Já o governador da comuna de Molenbeek-Saint-Jean (distrito autônomo que faz parte de Bruxelas e um dos que mais recebe imigrantes na região), Philippe Moureaux, respondeu ao prefeito através do Twitter dizendo que "em uma sociedade livre, ter uma criança é um direito e uma riqueza que não se negocia".

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Entre 2000 e 2010 a população de Bruxelas cresceu quase 13%, segundo dados oficiais, até alcançar mais de 1,1 milhões de habitantes em 2011. A previsão oficial das autoridades belgas é que a população da capital comunitária chegue a 1,23 milhões de habitantes em 2020.

A capital belga apresenta uma taxa de natalidade superior à média do país (em 2010 foram 18.612 nascimentos por 9.433 mortes), assim como uma forte presença de imigrantes (46.949 em 2010, contra 17.543 emigrantes, o que representa um aumento de 29.406 habitantes).

No entanto, a cidade apresenta grandes diferenças entre os seus distritos e os mais populosos são os que recebem maior quantidade de imigrantes, como é o caso de Molenbeek.

Boa parte dos imigrantes que chegam à Bélgica é de origem africana, especialmente da República Democrática do Congo, ex-colônia belga.

Thielemans negou que com a limitação dos nascimentos esteja se referindo a uma comunidade ou religião em particular, já que "este problema, se encontra tanto entre as famílias muçulmanas, como nas judias e cristãs", afirmou.

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Os bairros mais populosos e que recebem mais imigrantes são também os que apresentam maiores taxas de desemprego, inclusive acima dos 20%, e mais problemas com a questão habitacional.

Thielemans, que concorre à reeleição no próximo dia 14 de outubro, defendeu sua posição com o argumento da necessidade de se oferecer os serviços sociais de maneira satisfatória.

"Acho que as cidades têm como objetivo dar lugar para todo mundo e continuar crescendo. É minha responsabilidade pensar na melhor maneira de administrar a explosão demográfica: educação, habitação, serviços de saúde, apoio à paternidade, etc.", concluiu.