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Hugo Chávez discursa ao lado de familiares e apoiadores no Palácio Miraflores, na Venezuela, após confirmação da vitória do "sim" no referendo | Jorge Silva / Reuters
Hugo Chávez discursa ao lado de familiares e apoiadores no Palácio Miraflores, na Venezuela, após confirmação da vitória do "sim" no referendo| Foto: Jorge Silva / Reuters
  • Oposição comemora a vitória de Henrique Capriles, em Miranda (dir.), no departamento de Caracas, juntamente com o governador Antonio Ledezma (esq.). Esse um candidato em ascensão para bater Hugo Chávez em 2012

Um dia após a derrota no referendo sobre reeleição indefinida, a oposição na Venezuela já começou a trabalhar para impedir que o presidente Hugo Chávez conquiste um novo mandato nas eleições de 2012 no país. Um adversário que surge com grande força para desafiar Chávez nas urnas é o prefeito de Caracas. No domingo, ao sair para votar, Antonio Ledezma foi celebrado por uma multidão. Nesta segunda-feira (16), o prefeito pediu que a oposição trabalhe para conquistar os que decidiram não votar - na Venezuela o voto não é obrigatório -, pois a vitória não foi por uma grande margem (54%, com seis milhões de eleitores).

A oposição aceitou a vitória de Chávez, enfatizando, porém, que venceram "o medo e a chantagem" e afirmando que vai se organizar para as eleições de 2012. O presidente do partido Un Nuevo Tiempo, Omar Barboza, aceitou a vitória de Chávez e declarou seu partido, integrante do Comando Angostura (de oposição), continuará lutando "contra o projeto totalitário" do presidente venezuelano. Barboza criticou a campanha presidencial pelo "sim" à emenda constitucional, denunciando que o governo "se aproveitou de sua vantagem", com a "utilização sem escrúpulos dos recursos" estatais.

Tomás Guanica, dirigente do partido Primero Justicia, convocou seus partidários a atividades imediatas em vista das eleições presidenciais de 2012, para que exista no país "uma democracia". Ao aceitar a vitória da proposta de Chávez, Guanica afirmou que o governo terá que reconhecer que no país há "uma força democrática", ao mesmo tempo em que alertou para a "chantagem, amedrontamento e medo" existentes durante a campanha para o referendo.

o dirigente estudantil Freddy Guevara anunciou que o movimento universitário continuará sua luta, mas nesse domingo "venceu o medo e a mentira".

"Nunca mais haverá abuso do Estado contra os venezuelanos", enfatizou Guevara pedindo que a oposição analise "o que fez de ruim e o que fez de bom" e se organize para derrotar Chávez em 2012.

Ismael García, ex-governista e agora no partido de oposição Podemos, pediu unidade contra o governo "autocrático", porque "a democracia finalmente irá ganhar", esclarecendo que Chávez tem perdido apoio, pois "tem caído nas votações".

Teodoro Petkoff, veterano rival de Chávez, denunciou o uso "ilegal e inescrupuloso" dos fundos estatais, mas também entrou no tom desafiador de uma oposição que agora precisa derrotá-lo na eleição presidencial daqui a quatro anos.

"Eles podem comemorar hoje, mas no horizonte de 2012 forma-se um fantasma de sua derrota inevitável", escreveu Petkoff no editorial de primeira página de seu jornal, Tal Cual.

O português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura em 1988, parabenizou nesta segunda-feira (16) o presidente venezuelano, Hugo Chávez, pela vitória no referendo do domingo passado, mas disse que é preciso ficar "atento com o poder".

"O poder tem seus riscos e a possibilidade de um Governo longo pode fazer com que se constitua uma casta do poder que perde comunicação com o povo", disse Saramago em entrevista à "Rádio Cadena Nacional" (RCN) da Colômbia.

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