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O prefeito de Mariupol, localizada no sudeste da Ucrânia, disse nesta segunda-feira (11) à agência Associated Press que mais de 10 mil civis morreram na cidade desde o início da invasão russa ao país.
Vadym Boychenko, gestor da cidade portuária, acusou as forças russas de impedirem a entrada de comboios humanitários na cidade para que essas mortes não sejam descobertas.
O Alto Comissariado das Nações Unidas apontou nesta segunda-feira em boletim que tem informações de 1.842 mortes de civis em toda a Ucrânia desde o início da guerra, mas admitiu que os números reais provavelmente são muito maiores.
Mariupol, que teve mais de 80% da sua infraestrutura destruída, segundo os relatos ucranianos, é especialmente visada pela Rússia porque Moscou pretende estabelecer uma área de domínio contínuo entre as regiões administradas por separatistas pró-russos em Donetsk e Lugansk e a província da Crimeia, anexada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 2014.
O exército ucraniano diz esperar nos próximos dias uma “batalha final” por Mariupol, já que Moscou retirou tropas da região de Kiev e planeja uma ofensiva decisiva no leste.
Boychenko afirmou que cerca de 120 mil civis precisam urgentemente de comida, água e aquecimento em Mariupol e que apenas moradores que passam por “campos de filtragem” russos estão sendo liberados para sair da cidade, para seguirem para a Rússia ou para áreas separatistas na Ucrânia. Antes, parte dos habitantes conseguiu deixar a cidade por corredores humanitários e seguir para regiões controladas por Kiev.
Os separatistas pró-Moscou declararam nesta segunda-feira que tomaram o controle do porto de Mariupol, o que foi negado pelo prefeito. “Está sendo difícil, mas nossos heroicos militares estão aguentando”, disse Boychenko.