Ouça este conteúdo
O prefeito de Nova York, Eric Adams, afirmou nesta segunda-feira (5) que a política federal de imigração dos Estados Unidos é a culpada pela crise migratória de sua cidade. “O governo nacional deve resolver isso. Nenhuma cidade deveria enfrentar os desafios que enfrentamos aqui”, disse o administrador municipal.
Segundo Adams, a gestão de Joe Biden deveria resgatar Nova York da crise financeira provocada pela chegada em massa de imigrantes ilegais.
“Os nova-iorquinos não criaram uma crise humanitária internacional, mas os nova-iorquinos são obrigados a lidar com esta crise quase inteiramente sozinhos”, disse Adams, durante um discurso, no qual faz menção à legislação federal como uma "política fracassada".
Em outubro do ano passado, a prefeitura apresentou uma ação na Justiça para pedir a suspensão do chamado “direito ao abrigo” na maior cidade americana, diante da crise gerada pela chegada de imigrantes. A lei, que está em vigor desde um acordo legal assinado em 1981, determina que a cidade forneça alojamento temporário a qualquer pessoa sem-teto que o solicite.
No entanto, a atual situação migratória enfrentada na cidade, cujos gastos já chegam à casa do bilhão, levaram a gestão democrata a apelar por mudanças nas regras relacionadas ao assunto. “Já ultrapassamos nosso ponto de ruptura. A compaixão dos nova-iorquinos pode ser ilimitada, mas os nossos recursos não”, afirmou o gestor.
Ao portal National Review, o ex-candidato à prefeitura de Nova York, Curtis Sliwa, disse que a administração municipal também tem culpa na atual crise migratória devido a suas políticas locais, que incentivaram a chegada de imigrantes.
“Adams apresentou um menu completo, do berço ao túmulo, sobre o que iríamos fazer pelos migrantes durante sua campanha à prefeitura – tratá-los melhor do que os nossos próprios sem-teto. Ele é o único culpado por isso. Ele começou tudo isto e agora não sabe como terminar, não sabe como fechar a porta ao fluxo contínuo de migrantes que chegam”, afirmou Sliwa.
Segundo o político republicano, o prefeito democrata poderia restringir vários programas em toda a cidade para desincentivar o fluxo de migrantes. Por exemplo, a cidade poderia encerrar um programa de US$ 53 milhões (R$ 264, 3 milhões), a ser lançado em breve, que dará cartões de crédito pré-pagos a imigrantes ilegais. Ainda, o programa fornecerá aos imigrantes quase US$ 1.000 por mês (R$ 4,9 mil) para alimentos e suprimentos de crianças. Sliwa também apontou o uso de um hotel por Adams para abrigar migrantes como outra política que incentiva a imigração ilegal.
Desde abril do ano passado, mais de 164 mil migrantes foram alocados em abrigos de Nova Iorque, sendo que muitos ainda residem em hotéis e escritórios transformados em abrigos temporários ou acampamentos montados para os acomodar.