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BUENOS AIRES - Um dos advogados de Aníbal Ibarra, que foi destituído do cargo de prefeito de Buenos Aires na terça-feira, disse um dia depois que a luta pela retomada do poder na capital argentina não terminou. O ex-promotor público Julio César Strassera considerou a decisão uma "vergonha", segundo informou na edição desta quarta-feira o jornal "Clarín".

"Vamos à Justiça. Vamos fazer isso porque não vamos permitir o que aconteceu ontem", disse Strassera.

Apesar da disposição dos advogados de Ibarra, pode ser que não haja mais como reverter a decisão. María Angélica Gelli, professora de Direito Constitucional da Universidade de Buenos Aires, disse ao "Clarín" que a sentença é definitiva e que não possibilidade de recursos no mesmo âmbito que o julgou, restando um "apelo extraordinário" à Suprema Corte de Buenos e, em caso de recusa, à Corte Nacional.

Ibarra foi destituído após um julgamento político que o considerou responsável pela tragédia em que morreram 194 pessoas em um incêndio em 2004. Ele foi acusado de não ter reforçado a segurança que poderia prevenir o incêndio em uma discoteca. A falha marcou a queda de quem foi o garoto mimado da esquerda progressista.

O advogado de 48 anos, que já estava suspenso desde novembro e quase não tinha apoio político, foi removido do cargo por uma comissão julgadora formada por 15 membros do Poder Legislativo da cidade.

Jorge Tellerman, atual vice-chefe do governo, assumirá o cargo até o fim do mandato, em 2007.

Os familiares das vítimas, em sua maioria jovens que assistiam a um show de rock no dia da tragédia, comemoraram a saída de quem acreditam ser o responsável político de uma série de falhas e corrupção que plantou a semente do desastre.

Muitos levaram bandeiras com imagens dos mortos no incêndio e outros vestiam camisetas com estampas de grupos de rock.

O incêndio aconteceu depois que um fogo de artifício atingiu uma tela inflamável durante o show do grupo Callejeros no local, República Cromañón, que estava cheio de fãs da banda, muito mais do que o permitido por lei no lugar.

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