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O prefeito de San Cristóbal, capital do estado de Táchira, e foco da onda de protestos que sacode a Venezuela, foi sentenciado na terça-feira (25) a um ano de prisão e à perda de mandato por não impedir a violência, informou o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Em mais um golpe contra a oposição, a Assembleia Nacional (AN) venezuelana aprovou na noite de terça-uma moção de urgência que levou à perda automática de mandato da deputada opositora María Corina Machado, sob acusação de ter atuado como representante suplente do Panamá em reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). María Corina, que volta nesta quarta-feira à Venezuela de Lima, teme ser detida em seu país, onde foi convocada uma grande manifestação.

Daniel Ceballos é o segundo prefeito opositor a ser condenado pela onda de protestos, após Enzo Scarano, de San Diego, no estado de Carabobo (norte), que perdeu o mandato e recebeu uma pena de dez meses de prisão por promover os protestos. Os dois estão detidos desde a semana passada em uma instalação militar.

- Justiça! Não sei os termos da sentença (de Ceballos), mas fui informado de que se fez justiça. O Poder Judiciário conta com todo o apoio do chefe de Estado - disse o presidente Nicolás Maduro ao comentar a notícia.

A Venezuela é sacudida desde 4 de fevereiro por manifestações convocadas por estudantes e líderes opositores contra a crise econômica e os altos índices de criminalidade. Os protestos já deixaram 34 mortos, centenas de feridos e vários detidos.

O líder opositor Leopoldo Lopez está preso desde o mês passado sob a acusação de incitar protestos violentos para desestabilizar o governo.

María Corina Machado teve seu mandato de deputada cassado por ter se apresentado em uma reunião da OEA como representante do Panamá para tentar expor a situação na Venezuela. A moção contra ela foi apresentada pelo deputado Andrés Eloy Mendez (PSUV), que se baseou nos artigos 149 e 191 da Constituição.

"São duas normas que visam proteger o mesmo interesse, que é evitar conflito de interesse no exercício de funções públicas. Um delas contempla a perda de mandato que é semelhante à renúncia nos casos particulares de funcionários públicos", afirmou o deputado.

Ele insistiu que María aceitou "de forma livre ser embaixadora suplemente do Panamá, um governo hostil ao da Venezuela".

"Ninguém pode ser membro acidental de um conselho permanente", argumentou Mendez.

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