A prefeitura de Curitiba apresentou ontem dados diferentes dos encontrados no documento da ONU-Habitat, que analisa o desenvolvimento das metrópoles da América Latina e Caribe, divulgado há dois dias. Por meio de sua assessoria de imprensa, a instituição informou que o índice de Gini que mede a desigualdade social para a capital paranaense não é 0,59, mas 0,50. De acordo com a metodologia, uma cidade se torna mais desigual quanto mais próxima estiver do coeficiente 1.
Quem confirmou os dados para o município foi o economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo relatório "Diagnóstico da Evolução dos Indicadores Sociais de Curitiba", da FGV, datado de maio de 2011. Além de Curitiba, o documento também diverge do índice de Gini nacional, que não seria 0,57 como apontado pela ONU-Habitat, mas 0,54.
O número de Curitiba apresentado pelo relatório internacional, no entanto, é o mesmo apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo o Censo 2000.
Ipardes
Segundo Daniel Nogima, diretor de estatística do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o índice de Gini para Curitiba com base no Censo 2010 ainda não foi calculado pela entidade.
Para realizar o relatório de 2011, os pesquisadores da FGV levaram em conta outro levantamento do IBGE, que não é o Censo. Trata-se da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada anualmente. Os coeficientes apresentados pela prefeitura são de um cálculo de 2009.