O primeiro ministro britânico, David Cameron, fez uma visita-surpresa ao Afeganistão nesta sexta-feira (3) para se reunir com o novo governo de unidade nacional, tornando-se o primeiro grande líder ocidental a visitar o país desde que uma crise eleitoral foi resolvida, reduzindo as ameaças de conflito armado.
A visita de Cameron ocorre quatro dias depois de o novo presidente afegão, Ashraf Ghani, ter sido empossado no cargo, após meses de turbulência política resultante de uma eleição contestada.
Cameron disse estar ansioso para trabalhar no futuro com Ghani e com o novo chefe de governo afegão, Abdullah Abdullah.
"Nós todos compartilhamos um objetivo comum, que é um Afeganistão mais seguro, estável e próspero", disse Cameron em entrevista coletiva com Ghani.
"Nós queremos um Afeganistão que não seja mais um porto seguro para terroristas ou uma ameaça para a segurança de qualquer um de nossos países, e hoje nós conversamos sobre como juntos poderemos atingir essas metas", disse ele.
O impasse prolongado sobre o segundo turno entre Ghani e o rival Abdullah, realizado em junho, levantou o temor de mais instabilidade antes da retirada da maioria das tropas estrangeiras.
A crise terminou com um acordo pela qual Ghani ficou como presidente e Abdullah foi nomeado para a posição de chefe do executivo com amplos poderes.
A Grã-Bretanha é o segundo maior contribuinte para a coligação militar internacional que está no Afeganistão desde 2001, após a intervenção liderada pelos EUA para derrubar o regime islâmico radical do Taliban, na esteira dos atentados de 11 de setembro contra os Estados Unidos.
Mais de 450 soldados britânicos foram mortos no Afeganistão durante a guerra subsequente contra a insurgência do Taliban e seus aliados.
A maioria das tropas britânicas vai retirar-se no final deste ano, quando termina a missão de combate da coalizão e as forças de segurança recém-formadas do Afeganistão vão assumir a luta contra o Taliban.
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