O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta quarta-feira que o Paquistão tem de impedir que o país seja uma base para militantes e que "promova a exportação do terror" em todo o mundo. De acordo com o premiê, a relação bilateral com a Grã-Bretanha depende disso.
As declarações de Cameron, feitas durante visita à Índia, arquirrival do Paquistão, deve agradar autoridades em Nova Délhi, que frequentemente acusam o Paquistão de apoiar ataques contra alvos indianos.
Os dois rivais que tem armas nucleares travaram três guerras e um processo de paz entre ambos, completamente paralisado após ataques de militantes em Mumbai em 2008, vive um impasse.
"Devemos ser muito, muito claros com o Paquistão que queremos ver um Paquistão forte, estável e democrático", disse Cameron a jornalistas na cidade de Bangalore, no sul da Índia.
"Não podemos tolerar de forma nenhuma a ideia de que esse país possa olhar para os dois lados e possa, de alguma forma, promover a exportação do terror, seja para a Índia, seja para o Afeganistão ou para qualquer lugar do mundo", acrescentou.
Os comentários de Cameron vem dias depois de documentos militares confidenciais dos Estados Unidos, publicados pelo site WikiLeaks, detalharem preocupações norte-americanas de que o Paquistão tenha ajudado o Taliban enquanto recebia bilhões de dólares em ajuda dos EUA.
O Paquistão, aliado dos Estados Unidos, é visto como essencial nas negociações para pôr fim à guerra de nove anos no Afeganistão por conta de sua influência sobre o Taliban.