Num de seus mais duros discursos desde que subiu ao poder, em maio do ano passado, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou ontem uma série de medidas de controle imigratório que incluem um pedido inédito para que o público denuncie às autoridades casos de estrangeiros em situação ilegal no país. Cameron também prometeu dificultar as condições de permanência para parentes de imigrantes, propondo exigir depósitos equivalentes a milhares de dólares como forma de custear o uso de serviços públicos. Projeções do Ministério do Interior baseadas em Censos apontam para a existência de 310 mil a até 1 milhão de imigrantes ilegais no país.
Outra promessa relacionada a familiares de imigrantes é que eles tenham domínio da língua inglesa como condição para a obtenção de vistos. O premiê pretende ainda modificar o teste compulsório de conhecimentos gerais para os que busquem a cidadania britânica, sob a justificativa de que é necessário um maior enfoque em perguntas sobre a história e cultura em vez de questões como o funcionamento do sistema político e tecnicalidades como os poderes da rainha Eli zabeth II.
"Juntos, poderemos retomar nossas fronteiras e mandar de volta para casa os imigrantes ilegais. Se tomarmos todas as medidas agora, poderemos fazer com que os níveis de imigração voltem para os dos anos 80 e 90. Mas precisamos que todos ajudem e isso inclui denunciar os ilegais", disse o premiê, sugerindo até o uso do disque-denúncia policial nacional.
Numa recente pesquisa do instituto YouGov, a imigração foi apontada como a principal preocupação do eleitorado, à frente até de assuntos como o crime e o sistema público de saúde. O governo do líder conservador tem sido marcado por uma série de medidas mais restritivas, incluindo o aumento das exigências para a concessão de vistos de trabalho e o fim da extensão automática para vistos de estudantes universitários.