O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, apresentou um pedido de renúncia na noite desta terça-feira (18) em meio a pressões sobre seu governo depois que o maior partido da coalizão saiu do grupo por Michel apoiar o pacto global da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre imigração. O líder belga disse aos legisladores que "estou tomando a decisão da oferecer minha renúncia. Agora vou ver o rei para informá-lo".
Os legisladores vinham exigindo que Michel submetesse seu novo governo minoritário a um voto de confiança, mas o primeiro-ministro havia recusado essa ação até o momento e um confronto parecia provável esta semana. Em meio a pedidos de algumas pessoas na Assembleia para a antecipação das eleições, Michel novamente recusou, dizendo que isso apenas levaria à "estagnação em todo o ano de 2019". A próxima eleição na Bélgica está prevista para ocorrer em maio.
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Ao som de aplausos de alguns legisladores belgas, Michel apertou as mãos de diversos ministros do governo após renunciar ao cargo e saiu da Assembleia legislativa. O partido de direita N-VA, que deixou o governo depois que Michel pediu a aprovação parlamentar para apoiar o pacto global da ONU - o que vai na direção contrária à posição da sigla -, fez com que a administração de Michel ficasse conhecida como "a coalizão de Marrakech", em alusão à cidade onde o pacto global da ONU sobre migração foi assinado há alguns dias.
Neste domingo (16), 5.000 manifestantes de direita foram às ruas protestar contra a decisão do governo de assinar o pacto global em Marrakech. Houve cenas de violência e quase 100 pessoas foram presas.
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Fonte: Associated Press.