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Robert Fico

Premiê da Eslováquia, baleado nesta quarta-feira, foi eleito com plataforma pró-Rússia

Robert Fico, premiê da Eslováquia que foi alvo de atentado nesta quarta-feira (15) na cidade de Handlová e que corre risco de morte (Foto: EFE/EPA/MARTIN DIVISEK)

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Robert Fico, premiê da Eslováquia baleado nesta quarta-feira (15) na cidade de Handlová e que corre risco de morte, é um populista de esquerda pró-Rússia que em outubro do ano passado voltou à chefia do Executivo do seu país, cargo que já havia ocupado entre 2006 e 2010 e entre 2012 e 2018.

Ele tem 59 anos, é advogado especializado na área criminal e entrou na política na década de 1980, filiando-se ao Partido Comunista da Tchecoslováquia. Foi eleito pela primeira vez membro do Parlamento em 1992.

Renunciou ao seu mandato anterior de primeiro-ministro, em 2018, após o assassinato do jornalista investigativo Ján Kuciak, que apurava casos de corrupção e a atuação da máfia italiana 'Ndrangheta na Eslováquia: Mária Trosková, assessora de Fico, teria ligações com o grupo criminoso.

Na mais recente eleição geral da Eslováquia, em setembro de 2023, seu partido, Smer, foi o mais votado, com 23% da preferência dos eslovacos, e Fico conseguiu formar uma coalizão para voltar a ser premiê.

Durante a campanha, Fico fez uma promessa: cortar a ajuda militar à Ucrânia na guerra contra a Rússia.

“A guerra na Ucrânia não começou no ano passado [2022], começou em 2014, quando nazistas e fascistas ucranianos começaram a assassinar cidadãos russos no Donbass e em Lugansk”, disse em agosto do ano passado. “Precisamos dizer ao mundo inteiro: a liberdade veio do leste, a guerra sempre vem do Ocidente.”

Eleito, manteve a promessa de cortar ajuda militar, mas suavizou um pouco sua postura contra a Ucrânia, ao dizer que não se oporia à tentativa ucraniana de entrar na União Europeia, nem bloquearia ajuda financeira do bloco ao país.

Ainda assim, segue proferindo declarações a favor da Rússia. Em janeiro, em entrevista à emissora pública eslovaca RTVS, afirmou que a Ucrânia precisa concordar em ceder áreas ocupadas pelos russos para que a guerra acabe.

“O que eles esperam, que os russos deixem a Crimeia, Donbass e Lugansk? Isso não é realista”, alegou. Também disse que vetaria uma eventual candidatura da Ucrânia para ingressar na OTAN.

“Sou contra a adesão da Ucrânia à OTAN e irei bloqueá-la e vetá-la, porque é a base para a Terceira Guerra Mundial e nada mais”, argumentou.

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