O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, retirou-se nesta quinta-feira (20) da disputa pela liderança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), abrindo caminho para que o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, se torne o próximo secretário-geral da aliança militar.
Todos os outros membros da Otan já haviam apoiado Rutte, um firme aliado da Ucrânia e crítico declarado do ditador russo, Vladimir Putin, para assumir o lugar de Jens Stoltenberg, que deixará o cargo neste ano após uma década no comando da aliança.
Com a guerra na Ucrânia às portas da Otan e os países europeus preocupados com o possível retorno de Donald Trump à Casa Branca, os membros da aliança concluíram que Rutte é a melhor pessoa para o cargo.
Ao anunciar a decisão de Iohannis, o Conselho Supremo de Defesa da Romênia disse que doará um de seus dois sistemas Patriot operacionais para a Ucrânia, respondendo aos apelos de Kiev aos seus aliados por mais assistência de defesa aérea.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que a decisão da Romênia "reforçará nosso escudo aéreo e nos ajudará a proteger melhor nosso povo e nossa infraestrutura crítica contra o terror aéreo russo."
O Conselho, que é presidido por Iohannis, disse que o presidente havia informado à Otan na semana passada sobre sua decisão de se retirar da disputa e que a Romênia agora apoiará a candidatura de Rutte.
Com todos os 32 membros da Otan agora apoiando o holandês, os diplomatas da aliança disseram que esperam que o Conselho do Atlântico Norte, que governa a aliança, o selecione formalmente para o cargo nos próximos dias.
Rutte enfrentará o desafio de manter o apoio dos aliados à luta da Ucrânia contra a invasão russa e, ao mesmo tempo, proteger-se contra qualquer escalada que possa levar a Otan diretamente a uma guerra com Moscou.
O mandato do ex-premiê norueguês Stoltenberg no comando da Otan terminará em 1º de outubro. Ele assumiu o cargo em 2014, apenas alguns meses depois que a Rússia anexou a Crimeia.
Quatro países aderiram à Otan desde que Stoltenberg assumiu o cargo: Montenegro, Macedônia do Norte, Finlândia e Suécia.