O primeiro-ministro da Holanda, Dick Schoof, disse nesta sexta-feira (8) que se sente “profundamente envergonhado” pelos ataques antissemitas ocorridos na noite desta quinta-feira (7) em Amsterdã, capital do país. Os ataques começaram em meio aos tumultos registrados entre torcedores israelenses e manifestantes pró-Palestina. Schoof prometeu levar os responsáveis à Justiça.
Em declarações à imprensa em Budapeste, na Hungria, Schoof declarou que o que ocorreu nesta quinta-feira foi de fato “um terrível ataque antissemita”. O chefe do Executivo da Holanda prometeu que as autoridades holandesas “não irão tolerar isso” e farão todo o possível para evitar que tal ato aconteça novamente.
“Depois do jogo, diferentes pessoas atacaram os torcedores israelenses e é por isso que o chamo de antissemita”, argumentou o primeiro-ministro.
Os ataques começaram após provocações entre torcedores na véspera do jogo entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, que contou com a presença de cerca de 2.600 torcedores israelenses.
O saldo da noite foi de cinco pessoas internadas com ferimentos leves e que já receberam alta.
O primeiro-ministro holandês frisou que “tudo o que for possível será feito para que os israelenses se sintam seguros” no país, enquanto, em Amsterdã, vários furgões e motos da polícia holandesa acompanharam numerosos ônibus que transportavam torcedores israelenses para o aeroporto da capital.
Segundo a agência de notícias ANP, Schoof regressará mais cedo do que o previsto da sua viagem à capital húngara e “não descarta” fazer uma visita a Amsterdã ainda esta noite.
Por outro lado, uma delegação israelense chega nesta sexta-feira a Amsterdã e o líder da direita nacionalista holandesa, Geert Wilders, anunciou que se dirigiria pessoalmente ao aeroporto para receber as autoridades israelenses, que já estão no país, e que incluem o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, e o presidente do Parlamento israelense, Amir Ohana.
No total, 62 pessoas foram detidas em relação à violência registrada no contexto do jogo entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, das quais dez permanecem detidas, incluindo dois menores, e são acusadas, entre outras coisas, de violência pública, segundo o procurador-chefe de Amsterdã, René de Beukelaer. A identidade, nacionalidade ou filiação dos detidos ainda é desconhecida.
Ministro israelense pede “punições severas aos responsáveis” pelos ataques
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, pediu nesta sexta-feira às autoridades holandesas que apliquem “punições severas aos responsáveis” pelos ataques antissemitas em Amsterdã, e frisou que talvez este seja “o maior ataque contra judeus na Europa” desde a Segunda Guerra Mundial.
Ao chegar no aeroporto Schiphol de Amsterdã, Saar afirmou que “espera punições severas para os responsáveis” pelos ataques aos torcedores do Maccabi Tel Aviv, e garantiu que ofereceu ajuda às autoridades holandesas para “recolher provas” daqueles que “espancaram e humilharam cidadãos israelenses”.
“Não quero dizer ao governo holandês como aplicar suas leis, mas esperamos resultados”, disse à imprensa depois de aterrissar em Amsterdã em sua “primeira missão não planejada”, como a definiu, desde que decidiu viajar para na Holanda após os ataques.
Sa'ar afirma ter viajado até Amsterdã para apresentar “a verdade israelense” e reiterou as habituais referências do governo de Benjamin Netanyahu ao Holocausto e à Segunda Guerra Mundial, apontando que o que aconteceu nesta quinta-feira na capital holandesa é “talvez o maior ataque contra judeus na Europa desde os anos 30 e 40”.
O ministro da Justiça holandês, David van Weel, que recebeu Sa'ar no desembarque, prometeu que as autoridades holandesas “encontrarão e punirão os responsáveis” pelo ocorrido.
Ele ressaltou que “não se presumiu que estes ataques utilizassem uma tática de ataque e fuga, em que pequenos grupos atacaram torcedores israelenses, o que complicou o trabalho da polícia, mas haverá uma investigação para determinar se poderia ter sido feito melhor”.
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