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Peter Robinson (ao centro) cercado por companheiros de partido durante a sua renúncia | CATHAL MCNAUGHTON/REUTERS
Peter Robinson (ao centro) cercado por companheiros de partido durante a sua renúncia| Foto: CATHAL MCNAUGHTON/REUTERS

O chefe de governo da Irlanda do Norte, Peter Robinson, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (10) devido ao impasse que pode implodir a coalizão de governo entre políticos católicos e protestantes.

Robinson é o líder do protestante Partido Unionista Democrático, pró-Reino Unido. Em 2007, a agremiação fez aliança com o católico Sinn Fein, o braço político do grupo radical IRA que havia deixado as armas dois anos antes.

O detonador da crise foi a prisão do dirigente do Sinn Fein Bobby Storey, na quarta (9). Ele é um dos três suspeitos presos pela polícia devido à morte do ex-membro do IRA Kevin McGuigan, no mês passado.

As mortes do terrorista e de outro integrante do IRA, semanas atrás, levaram a polícia a acreditar que o braço armado do órgão ainda esteja ativo com a participação de integrantes do partido católico.

Devido à suspeita, Robinson convocou uma votação no Parlamento para suspender a Assembleia do território britânico até que a polícia investigasse o Sinn Fein. A medida foi rejeitada em plenário, o que levou à renúncia.

“À luz da decisão de continuar a fazer as coisas como normalmente na assembleia, estou deixando o cargo de primeiro ministro e os outros ministros de meu partido renunciarão de forma imediata.”

A única ministra que continuará no cargo é a titular das Finanças, Arlene Foster. Com a manutenção dela, Robinson disse querer evitar qualquer mudança financeira que possa ser prejudicial à Irlanda do Norte.

Crise política

A renúncia de Robinson complica o cenário político norte-irlandês. Além das acusações contra o Sinn Fein, a discordância do partido católico e da oposição em aplicar o Acordo de Stormont, para resolver as identidades, levou à crise.

O presidente do Sinn Fein, Gerry Adams, disse que a briga entre o Partido Unionista Democrático e o Partido Unionista de Ulster é o motivo da crise. Ele também critica o processo que levou à prisão de Bobby Storey.

O governo de coalizão é um dos principais garantidores do acordo de paz de 1998. O temor é que, com a crise política, retorne também o conflito armado à região.

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