A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta quarta-feira (20), que está empenhada em combater o tráfico humano e "convocou" os países a entrarem em uma "guerra global" contra os criminosos que fazem o trânsito de imigrantes ilegais na Europa.
“Estou convencida de que é dever desta organização - a ONU - rejeitar a hipocrisia sobre este assunto e declarar uma guerra global e sem concessões aos traficantes de pessoas”, disse a premiê.
A fala de Meloni coincide com a grave crise migratória enfrentada por seu país, na ilha de Lampedusa, onde quase 2 mil imigrantes desembarcaram somente em um dia, durante a semana passada. Segundo a agência de notícias italiana Ansa, o número total de imigrantes na ilha já ultrapassa 6 mil pessoas.
De acordo com a premiê, os criminosos que levam pessoas de forma irregular para os países europeus têm a mesma lucratividade que narcotraficantes. Ela disse também que, apesar da propaganda de uma vida melhor, "essas viagens frequentemente levam à morte, a um túmulo no fundo do mar Mediterrâneo”.
Meloni afirmou que não irá permitir que a Itália vire "o campo de refugiados da Europa".
Apoio da UE
A crise em Lampedusa provocou uma visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no último domingo (17), à região.
Diante da situação, a União Europeia apresentou um plano emergencial para ajudar a Itália a administrar a migração recorde, que depende do apoio dos Países-Membros e aliados do bloco que fazem fronteira com o país atingido pela crise.
O plano de ajuda prevê a distribuição dos solicitantes de asilo entre os países europeus, que integram o bloco, e medidas de prevenção a novos episódios, que pressionam os sistemas logístico e administrativo italianos.
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