O primeiro-ministro da Rússia Dmitry Medvedev afirmou que o mundo está entrando em uma nova Guerra Fria, alertando para as graves consequências caso o Ocidente não coopere com a Rússia na Síria e em outros países.
Kerry: sanções contra Rússia devem ser mantidas “pelo tempo necessário”
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, disse neste sábado que as sanções impostas à Rússia sobre a crise na Ucrânia devem ser mantidas “enquanto for necessário” - mesmo que alguns países europeus desejem seu levantamento.
“Estou confiante de que a Europa e os Estados Unidos permanecem unidos para a manutenção das sanções enquanto for necessário e a entrega de assistência necessária para a Ucrânia. A escolha para a Rússia é simples. Implementar plenamente os acordos Minsk (sobre a Ucrânia) ou continuar enfrentando sanções econômicas prejudiciais”, disse Kerry na Conferência de Segurança de Munique (Alemanha).
“Voltamos, em essência, a uma nova Guerra Fria”, afirmou Medvedev em discurso durante conferência de segurança realizado na Alemanha. O premiê citou o conflito na Síria como um exemplo da necessidade de cooperação entre a Rússia e o Ocidente, especialmente em questões militares.
A chave para resolver esse conflito, segundo ele, é a cooperação entre “oficiais do exército russos e americanos - regularmente, constantemente, diariamente”. “Os militares devem estar em contato constante”, enfatizou Medvedev.
A Rússia tem realizado intervenções militares a favor do regime do presidente Bashar al-Assad na Síria como uma forma de aumentar sua participação no cenário internacional. A discussão de cessar-fogo na Síria em Munique na última quinta-feira elevaram a importância da Rússia, ao criar um grupo presidido pelos russos e pelos Estados Unidos, que tem como objetivo levantar as questões técnicas para a trégua.
Em seu discurso, Medvedev insistiu que o Ocidente precisa fazer uma escolha: cooperar com a Rússia pelos interesses comuns como a luta contra o terrorismo e pela garantia de estabilidade no Oriente Médio, ou enfrentar um conflito global permanente.
Na Alemanha, país que lida com um fluxo de mais de um milhão de refugiados e imigrantes no ano passado, Medvedev descreveu a crise imigratória como mais uma consequência da nova instabilidade mundial forjada pelo Ocidente.
A crise imigratória, segundo o premiê russo, tem levado “centenas e centenas de extremistas” para a Europa, junto com “pessoas que só querem assistência sem fazer nada”. “Estamos prontos para ajudar nos problemas de imigração de todas as formas que pudermos”, disse Medvedev.