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Premiê descarta haver uma “Primavera Turca”

Manifestante turca devolve bomba de gás lacrimogêneo jogada pela polícia de choque durante confronto no centro de Ancara, no quatro dia de protestos | Umit Bektas/Reuters
Manifestante turca devolve bomba de gás lacrimogêneo jogada pela polícia de choque durante confronto no centro de Ancara, no quatro dia de protestos (Foto: Umit Bektas/Reuters)

Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia, rejeitou ontem as comparações entre os protestos que começaram na semana passada no país e as revoltas da Primavera Árabe. Segundo ele, aqueles que chamam as manifestações no país de Primavera Turca "não conhecem a Turquia".

No quarto dia de protestos, um homem de 20 anos morreu quando um táxi colidiu com a multidão. A Anistia Internacional já havia apontado outros dois mortos.

As manifestações, apontadas como uma das maiores ondas de protestos no país em mais de uma década, deixaram também mais de 2.300 feridos, a maior parte em Istambul, maior cidade do país.

Há denúncias de repressão violenta pelas autoridades.

John Kerry, secretário de Estado americano, afirmou que os EUA estão "preocupados com os relatos de uso excessivo" de força pela polícia. "Obviamente esperamos que haja uma investigação completa desses incidentes", disse.

As manifestações na Turquia foram iniciadas no sábado devido aos planos do governo de erguer um centro comercial na Praça Taksim, tradicional região de protestos.

Os levantes se voltaram contra o premiê Erdogan, um islâmico que sempre foi considerado moderado. Recentemente, no entanto, o governo turco aprovou medidas restritivas, como legislação limitando a venda de álcool, entrando em embate com a grande fatia não religiosa do país.

Economia

As revoltas no país fizeram a Bolsa cair 8% durante o dia, em meio à preocupação de investidores quanto à estabilidade do país.

Abdullah Gul, presidente da Turquia, disse que protestos pacíficos são parte da democracia e pediu à população que mantenha a ordem.

O governo tem tratado as manifestações como obra de uma oposição irresponsável e minoritária. Antes de viajar ao Marrocos, para visita programada anteriormente, Erdogan pediu que as pessoas não se deixem provocar por protestos que diz serem organizados por "extremistas".

A Confederação dos Sindicatos de Trabalhadores Públicos da Turquia convocou para hoje e amanhã uma "greve de alerta" contra o governo de Erdogan e o "estado de terror" no país.

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