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Caribe

Premiê do Haiti desrespeita acordo e permanece no poder após encerramento de prazo

Manifestações violentas pela saída de Ariel Henry ocorreram na quarta-feira (7) no Haiti (Foto: EFE/Siffroy Clarens)

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O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, cujo mandato se encerrou ontem, segundo um acordo político de 2022, continua aferrado ao poder e prometeu nesta quinta-feira (8) realizar eleições, mas somente quando a situação de segurança no país permitir, segundo ele.

Enquanto isso, manifestações massivas e violentas contra o governo pedindo sua renúncia deixaram pelo menos seis pessoas mortas.

“Assim que o problema de segurança começar a ser resolvido, lançaremos a todo custo o processo eleitoral para entregar o poder aos dirigentes que o povo haitiano deve escolher em boas eleições”, afirmou Henry hoje em discurso à nação.

Pelo menos seis pessoas morreram na quarta-feira (7) no Haiti e mais de dez ficaram feridas em violentas manifestações contra o governo, que reuniram milhares de pessoas para exigir a saída de Henry após 30 meses no poder sem resultados concretos.

O mandato de Henry, a mais alta autoridade do país após o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021, terminou na quarta-feira, de acordo com um acordo assinado em dezembro de 2022 com representantes de partidos políticos, organizações da sociedade civil e membros do setor privado, e sob os auspícios da comunidade internacional.

Em seu discurso de dez minutos, Ariel Henry não fez nenhuma menção ao acordo.

Em vez disso, declarou que uma transição não pode levar a outra transição e que o povo haitiano precisa de paz, segurança, empregos, poder circular livremente pelo país para cuidar de seus negócios e que seus filhos possam ir à escola em paz.

“O principal trabalho de um governo de transição é criar as condições para organizar eleições, a fim de dar ao povo haitiano o direito legítimo de escolher livremente os homens e mulheres a quem desejam entregar a liderança do país em todos os níveis”, declarou.

Henry também afirmou que seu governo está fazendo todo o possível para a rápida chegada ao país da missão multinacional, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU e que será liderada pelo Quênia.

“Enquanto isso não acontece, o governo está fazendo grandes esforços para reforçar a capacidade de intervenção de todas as forças de segurança legais do país”, ressaltou Henry.

O Haiti realizou as últimas eleições presidenciais em 2016, quando Moïse venceu, com as eleições legislativas também ainda pendentes, o que mantém o Congresso Nacional paralisado, apesar dos vários apelos da comunidade internacional para criar um clima que permita a organização destes pleitos.

O país está passando por uma situação social, política e econômica crítica, agravada pela violência extrema de gangues armadas.

Os grupos armados controlam a capital, Porto Príncipe, e outras partes do território do Haiti e são responsáveis por centenas de assassinatos, estupros, sequestros e outros crimes.

Além disso, nesse país, o mais pobre das Américas, quase 50% da população sofre com a insegurança alimentar e metade dos pouco mais de 11 milhões de habitantes vive na pobreza.

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