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A minoria sunita do Iraque rejeitou na quarta-feira uma proposta de diálogo pluripartidário, ignorando a pressão dos Estados Unidos por uma solução para a crise sectária que surgiu após o fim da ocupação militar norte-americana, na semana passada. Em meio a temores de uma caótica fragmentação do país sem a presença das forças dos EUA, o primeiro-ministro Nuri al Maliki, pertencente à maioria xiita, alertou que os sunitas podem ser excluídos do poder se abandonarem a coalizão de governo. O principal partido sunita do país, furioso com as acusações de terrorismo imputadas ao vice-presidente do país, sunita, no dia da desocupação norte-americana, rejeitaram o apelo de Maliki por um diálogo nos próximos dias, e prometeram se empenhar para derrubar o primeiro-ministro no Parlamento - algo que dificilmente acontecerá. A população xiita do Iraque equivale ao dobro da sunita, mas a maioria era oprimida durante o regime do sunita Saddam Hussein, derrubado pelos EUA em 2003. Em 2006-07, o Iraque esteve próximo de uma guerra civil sectária, e a retomada do conflito pode causar constrangimento para o presidente dos EUA, Barack Obama, que disputa a reeleição depois de ter cumprido sua promessa eleitoral de encerrar a ocupação. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, telefonou na terça-feira para Maliki e para o presidente do Parlamento, sunita, para pressionar as partes a dialogarem. Mas na quarta-feira não houve sinal de reaproximação, e não está claro até que ponto a retórica inflamada reflete uma real ameaça à frágil convivência entre xiitas, sunitas e curdos do Iraque. O vice-presidente Tareq al Hashemi se refugiou na semiautônoma região do Curdistão, e Maliki pediu aos curdos que o entreguem. O premiê também pediu ao bloco sunita Iraqiya, comandado por Hashemi, que desista de boicotar o Parlamento. "Mas", alertou, "se eles insistirem eles estão livres para isso, e podem se retirar permanentemente do Estado e de todas as suas instituições". O Iraqiya disse que não vai conversar com Maliki porque "ele representa a principal razão para a crise e o problema, e não é um elemento positivo para uma solução".

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