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O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, decidiu não se candidatar à reeleição para a liderança de seu partido no próximo mês, o que efetivamente significa que ele deixará o cargo de chefe do governo, informou a emissora estatal de televisão NHK nesta quarta-feira (14).
Embora o mandato de Kishida termine em 2025, sua continuidade no cargo estava vinculada à permanência na presidência do Partido Liberal Democrático (PLD), um cargo para o qual a legenda vai realizar uma eleição primária no final de setembro.
Kishida, cujos índices de popularidade estão baixos há meses, comunicou à liderança do partido a decisão de não concorrer às primárias, disseram fontes do PLD à NHK.
Isso significa que o atual presidente renunciará ao cargo de primeiro-ministro assim que o novo presidente do PLD - que governa com grande maioria tendo apoio do partido budista Komeito - for eleito.
Kishida e seu partido mergulharam em uma profunda crise no final do ano passado, quando veio à tona o escândalo do financiamento irregular de várias alas ou subgrupos políticos do PLD.
Esse caso levou o primeiro-ministro a realizar um expurgo dentro do partido, mudanças estruturais profundas e uma reforma de seu gabinete e, embora o escândalo tenha chegado à justiça japonesa, não teve nenhuma consequência legal para nenhum dos pesos pesados do PLD.
Entretanto, a eliminação das correntes tradicionais do partido, incluindo uma liderada pelo próprio Kishida, deixou o atual primeiro-ministro em uma posição fraca.
Kishida assumiu o cargo de primeiro-ministro no início de outubro de 2021, após vencer as primárias de seu partido. No final do mesmo mês, ele também ganhou o endosso das urnas, quando o PLD venceu a eleição geral.