O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse hoje que a China deveria libertar o Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo, em comentários que ameaçam inflamar as relações bilaterais, já tensas por uma disputa territorial. Kan deu a declaração no momento em que os gigantes econômicos asiáticos planejam um encontro para reparar as relações, deterioradas após o Japão prender o capitão de um navio chinês em águas disputadas pelas duas nações, há mais de um mês. O capitão já foi solto.

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Apesar do esforço para ser diplomático, o premiê japonês deixou clara sua posição ao ser questionado sobre Liu, um ativista pela democracia que cumpre 11 anos de prisão na China, acusado de subversão. Questionado no Parlamento sobre se Liu deve ser libertado, Kan disse que "do ponto de vista que os direitos humanos universais devem ser protegidos além das fronteiras nacionais, isso é desejável".

"Junto da comunidade internacional, eu estou acompanhando para ver se ele conseguirá comparecer à cerimônia de premiação do Nobel da Paz ou se sua mulher ou membros da família comparecerão", disse Kan, que no passado atuou como um ativista. "Eu penso que é importante que os direitos humanos e as liberdades fundamentais, que são valores universais, devem ser garantidas também na China."

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Pequim, que surpreendeu o Japão com sua dura diplomacia durante a disputa, também reagiu com firmeza à escolha do comitê do Nobel, censurando notícias e restringindo a movimentação da mulher do dissidente.

Kan disse, porém, que "as relações Japão-China estão voltando à base de uma parceria estratégica mutuamente benéfica". O secretário-chefe do gabinete, Yoshito Sengoku, adiantou que Tóquio não pedirá formalmente a libertação.

Negociadores japoneses foram à China esta semana para discutir se Kan e o premiê Wen Jiabao terão um encontro no fim do mês, no Vietnã, nos intervalos de um encontro regional de líderes do Sudeste Asiático. Segundo Sengoku, ainda não há confirmação dessa reunião. As informações são da Dow Jones.