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O presidente do governo da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, durante visita ao papa Francisco no Vaticano nesta sexta-feira (11)
O presidente do governo da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, durante visita ao papa Francisco no Vaticano nesta sexta-feira (11)| Foto: EFE/Ettore Ferrari

O presidente do governo da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, admitiu nesta sexta-feira (11) que sabia da viagem que Delcy Rodríguez, vice-presidente da ditadura da Venezuela, teria feito a Madri para se encontrar com ministros da sua gestão em janeiro de 2020.

Segundo informações do jornal El Mundo, Sánchez disse que seu então ministro dos Transportes, José Luis Ábalos, o “informou” da visita de Rodríguez e alegou que só depois soube das sanções que impediam a vice do ditador de Nicolás Maduro de entrar em países da União Europeia.

De acordo com a agência EFE, o governo espanhol havia informado anteriormente que a vice-presidente venezuelana não teria saído do aeroporto na Espanha e, por isso, não teria ocorrido violação das sanções contra ela.

Nesta sexta-feira, porém, Sánchez afirmou que, quando seu governo soube das sanções contra Rodríguez, a visita foi cancelada.

A revelação surge no contexto do chamado caso Koldo, no qual são investigadas suspeitas de cobrança de comissões ilegais para a compra de máscaras durante a pandemia de Covid-19.

Segundo a polícia espanhola, o coordenador do esquema seria o empresário Víctor de Aldama, ligado a Ábalos e que teria organizado a viagem de Rodríguez.

A investigação apontou que Aldama teria se aproveitado das suas relações com Ábalos para “influenciar” no resgate de 475 milhões de euros (pagos com recursos do Fundo de Apoio à Solvência de Empresas Estratégicas do governo espanhol) da companhia aérea Air Europa, na qual o empresário integrava o conselho consultivo, em 2020.

Aldama teria atuado como intermediário de contratos públicos favorecendo terceiros em outros países, principalmente na Venezuela, apontaram os investigadores.

Sánchez alegou nesta sexta-feira que seu governo tem agido “com contundência, com determinação e com convicção” contra a corrupção e que nesse caso pediu que Ábalos renunciasse à sua cadeira de deputado e abriu um processo de expulsão do ex-ministro do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). Ele foi suspenso pela legenda em fevereiro.

A oposição da Espanha pediu a renúncia de Sánchez. O líder do conservador Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, disse que a corrupção no governo socialista “avança em um ritmo assustador”.

“O número 1 da conspiração, Pedro Sánchez, tem que renunciar e deixar os espanhóis dizerem nas urnas se querem mais corrupção ou recuperar a normalidade. A propósito: mentir no Vaticano conta o dobro”, escreveu no X a presidente da região de Madri, Isabel Díaz Ayuso (também do PP), em referência à visita de Sánchez ao papa Francisco no Vaticano, onde falou com jornalistas nesta sexta-feira.

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