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O Hotel Matignon, residência oficial do primeiro-ministro da França
O Hotel Matignon, residência oficial do primeiro-ministro da França| Foto: EFE/EPA/VALENTINA CAMU

O governo da França renunciou nesta terça-feira (16) e continuará exercendo suas funções, enquanto os partidos de esquerda continuam longe de chegar a um acordo sobre uma candidatura comum ao cargo de primeiro-ministro para oferecer uma alternativa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, aceitou a renúncia do governo liderado pelo primeiro-ministro, Gabriel Attal, e pediu que ele permaneça no cargo até a formação de um novo Executivo, segundo anunciou em comunicado o Palácio do Eliseu.

“Para que esse período termine o mais rápido possível, cabe às forças republicanas trabalharem juntas para construir uma base comum em torno de projetos e ações a serviço do povo francês”, acrescentou o comunicado.

A apresentação da renúncia ocorreu na reunião do último Conselho de Ministros da legislatura, que aconteceu hoje no Palácio do Eliseu. Nenhum dos participantes fez declarações na saída do encontro.

Alguns participantes disseram que o presidente francês indicou como opção de governabilidade uma eventual aliança do macronismo com os conservadores Os Republicanos (LR).

Divisão na esquerda da França permanece

A apresentação de uma alternativa pela esquerda ainda parece distante, pois os quatro partidos que compõem a Nova Frente Popular (NFP), que obteve o maior número de cadeiras na Assembleia Nacional nas recentes eleições legislativas, não entram em um acordo para propor a Macron um candidato a primeiro-ministro.

O nível de discordância chegou a tal ponto que o secretário nacional do Partido Comunista (PCF), Fabien Roussel, advertiu hoje que se não se chegasse a uma solução nos próximos dias, seria “um verdadeiro naufrágio”.

As declarações foram feitas após o coordenador nacional de A França Insubmissa (LFI), Manuel Bompard, ter rejeitado minutos antes a proposta de Laurence Tubiana para o cargo de primeira-ministra, que havia sido feita pelos outros parceiros da NFP.

“É uma proposta que não me parece séria”, disse Bompard ao canal France 2, opinando que a nomeação de Tubiana como chefe de governo significaria “deixar entrar pela janela os macronistas que foram rejeitados” nas eleições legislativas.

A LFI anunciou ontem que estava abandonando as negociações para chegar a um acordo sobre um nome comum para a esquerda apresentar ao presidente da República a fim de ser nomeado como premiê.

O Partido Socialista (PS) respondeu então que, junto com os outros partidos (comunista e ecologista), apresentaria uma candidatura da sociedade civil para superar esse bloqueio.

Durante a presidência do socialista François Hollande, Tubiana foi embaixadora especial da cúpula do clima COP21, realizada na capital francesa, que resultou nos Acordos de Paris de 2015, cujo objetivo era limitar o impacto da mudança climática e promover a transição energética.

Desde o segundo turno das eleições em 7 de julho, os quatro partidos que compõem a NFP não conseguiram chegar a um acordo sobre um nome, com LFI e PS, os dois maiores partidos, insistindo em seus respectivos candidatos.

Acordo na esquerda para a Assembleia Nacional

Entretanto, o entendimento entre os partidos de esquerda parecia ter melhorado depois que o líder socialista Olivier Faure anunciou hoje que os quatro partidos da NFP haviam chegado a um acordo sobre um candidato único à presidência da Assembleia Nacional.

A Câmara Baixa do Parlamento francês deverá ser constituída na próxima quinta-feira (18) e os partidos da NFP já tinham, pelo menos, definido um nome comum para sua presidência.

Faure evitou divulgar o nome ou a filiação do candidato, pois considerou que isso é algo que corresponde “aos presidentes dos grupos parlamentares” dos quatro partidos, que são os que negociaram essa candidatura.

Conteúdo editado por:Fábio Galão
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