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O primeiro-ministro grego, Costas Karamanlis, prometeu nesta terça-feira que combaterá a corrupção, depois de 11 dias de violência disparada pela morte de um adolescente pela polícia e alimentada pela revolta contra escândalos e a desaceleração econômica.

Cerca de 100 jovens atacaram uma delegacia em Atenas, colocando fogo em um ônibus e quatro carros dos policiais. Estudantes também ocuparam brevemente a televisão estatal, interrompendo a transmissão de notícias, ao mesmo tempo em que a cidade de Tessalônica via atos de violência.

Além disso, produtores rurais que protestavam contra a queda dos preços fecharam pelo segundo dia a principal rodovia para o norte da Grécia por várias horas.

Karamanlis disse que ajudar os gregos, dos quais 20% vivem na pobreza, é uma prioridade. Mas ele acrescentou que suas opções são limitadas pela dívida do país, que ficou pior após os protestos que rapidamente se espalharam pelo Grécia e por outros países europeus.

A maior onda de violência em décadas na Grécia começou em 6 de dezembro, com a morte a tiros de um adolescente de 15 anos. O crime alimentou a revolta contra o alto desemprego juvenil e contra as impopulares medidas econômicas tomadas diante da crise global, que afeta a economia de 240 bilhões de euros.

"Os jovens se decepcionam com problemas sem solução há muito tempo: a falta de meritocracia, a corrupção na vida cotidiana, o senso de injustiça social", disse Karamanlis à sua equipe parlamentar. "A luta contra esses problemas é dura e constante, e estamos comprometidos com ela".

Karamanlis, criticado pela sua resposta fria aos protestos, disse que subestimou a reação popular e a escala de um escândalo sobre terras que ronda seu governo há meses.

O inquérito parlamentar não conseguiu oferecer na segunda-feira nenhuma acusação sobre o caso, no qual o monastério Mount Athos recebeu propriedade estatal em troca de terras agrícolas baratas, em uma transação que custou milhões de euros ao Estado.

Com mais protestos planejados para essa semana, visando a entrega do orçamento no parlamento, Karamanlis disse que as reduções no imposto sobre a renda continuarão. Mas ele alertou contra a criação de grandes expectativas, dizendo que a Grécia vai gastar 12 bilhões de euros, ou cerca de 5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), só com os juros da dívida.

"Nossa maior prioridade é dar apoio aos mais sofridos... (mas) essa dívida é um peso enorme que reduz a flexibilidade do governo em um momento crítico", disse.

A oposição socialista, no entanto, diz que Karamanlis e seu partido não compreendem a gravidade da atual situação econômica.

"É óbvio que eles não entendem que eles perderam a confiança das pessoas e, nesses casos, a solução sempre é dada pelo povo", disse o porta-voz do partido socialista, George Papaconstantinou.

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