Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Diplomacia

Premiê israelense rejeita a proposta de Obama

Obama tem um encontro embaraçoso com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu no Salão Oval da Casa Branca | Jim Young/Reuters
Obama tem um encontro embaraçoso com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu no Salão Oval da Casa Branca (Foto: Jim Young/Reuters)

Sentado ao lado do presidente dos EUA, Barack Obama, o primeiro-ministro de Israel, Benja­­min Ne­­tanyahu, deixou bem claro que seu governo não aceita a proposta de paz do presidente norte-americano para as negociações com os palestinos.

"Embora Israel esteja preparado para fazer concessões gerais pela paz, não pode recuar para as fronteiras de antes de 1967", disse o premiê, após a reunião entre os dois líderes em Washington.

Na quinta-feira, Obama defendeu a criação de um Estado palestino com base nas fronteiras de an­­tes da Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Foi a primeira vez que ele disse ser favorável a que as negociações de paz entre Israel e palestinos sejam realizadas sob esses termos.

Israel teria que ceder o controle de Jerusalém Oriental e retirar assentamentos na Cisjordânia, que ocupou naquele conflito.

Ainda na quinta, Netanyahu disse que o retorno às fronteiras de mais de 40 anos atrás seria im­­possível porque os israelenses cons­­truíram colônias nas áreas invadidas. Usou também como argu­­men­­to o fato de que 1.520 residências tiveram suas construções li­­be­­ra­­das pelo governo de Israel na parte ocupada de Jeru­­salém Orien­­­­tal.

Segundo Obama, haveria ajustes para adequar as fronteiras a al­­guns assentamentos israelenses.

Ilusões

Porém Netanyahu alertou ontem ainda para a "paz baseada em ilusões", sinalizando que são pequenas as chances de uma retomada das negociações sob os termos pro­­postos pelo presidente americano.

"A única paz duradoura é aque­­la que for baseada na realidade, em fatos inabaláveis. Eu acredito que para haver paz os palestinos terão que aceitar algumas realidades fundamentais", disse.

Ele afirmou ainda que Israel não vai negociar com um governo apoiado pelo Hamas (que controla a Faixa de Gaza), que ele chamou de a versão palestina da Al- Qaeda. O grupo não reconhece o direito de Israel de existir.

Obama reconheceu que há "di­­ferenças" com o colega israelense. Disse que na reunião a portas fe­­chadas reiterou a sua proposta ao premiê. Enfatizou ainda que a segurança de Israel é "soberana" e que os EUA permanecem como aliados. O atual governo norte-americano parece considerar o povo palestino mais do que o antecessor de Obama, George W. Bush. Falando sobre a mesma proposta de levar em consideração as fronteiras anteriores a 1967, Bush dizia que "não era realista".

Relação

O embaraçoso encontro de ontem entre Obama e Netanyahu foi mais um capítulo nas tensas relações dos dois líderes.

No ano passado, por exemplo, os israelenses rejeitaram a proposta de Obama de moratória das obras em assentamentos, semanas depois da retomada das negociações com os palestinos.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.