O primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, disse na sexta-feira estar comprometido com a reconciliação nacional, mas não fez nenhuma oferta de novas eleições, depois da dura repressão militar à pior onda de violência política na história moderna do país.
Os chamados "camisas vermelhas" passaram seis semanas acampados em um bairro nobre de Bangcoc, exigindo a realização imediata de novas eleições. Mas na quarta-feira soldados invadiram o local, dispersaram os manifestantes e prenderam seus líderes, em meio a confrontos generalizados na cidade. Na sexta-feira, os soldados voltaram ao local para procurar armas e explosivos.
"Deixe-me tranquilizá-los de que este governo vai responder aos desafios e superar estas dificuldades por meio do plano de reconciliação com cinco pontos, que já anunciei anteriormente", disse Abhisit pela TV.
O plano anunciado em 3 de maio oferece reformas políticas, justiça social e uma investigação sobre a violência política. Antes dos últimos confrontos, Abhisit prometera também eleições em novembro, mas retirou a oferta por causa da recusa dos "camisas vermelhas" em se dispersarem.
"Vocês podem ficar tranquilos de que este governo tem todas as intenções de levar o país adiante, restaurar a ordem, assegurar que nossa recuperação está nos trilhos, e que vamos fazê-lo de maneira transparente", acrescentou o premiê.
Os "camisas vermelhas" são na sua maioria pobres de origem rural, seguidores do ex-premiê Thaksin Shinawatra, deposto em 2006. Eles dizem que Thaksin, vencedor de uma eleição indireta em 2008, com apoio tácito dos parlamentares, não tem legitimidade para governar.
O historiador político local Charnvit Kasetsiri, da Universidade Thammasat, questionou as propostas do premiê: "Como ele pode trazer a reconciliação se é parte do conflito? Ele não pode reconciliar."
O ministro das Finanças, Korn Chatikavanij, disse que ainda espera eleições antecipadas, e que dificilmente o governo conseguirá cumprir todo o seu mandato, que vai até o começo de 2012.
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