O primeiro ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse neste domingo (11) que o país considera implantar novamente a pena capital para crimes relacionados ao terror, uma década depois de o país ter abolido a prática. "A autoridade (de perdoar um assassino) pertence à família de quem foi assassinado não a nós", afirmou o premiê, segundo a agência de notícias Anatólia. "Nós precisamos fazer os ajustes necessários."

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Citando os regimes de pena de morte na China, Japão, Rússia e nos Estados Unidos, Erdogan disse que a Turquia precisa rever seu posicionamento.

Na semana passada, o primeiro-ministro trouxe a questão à tona em relação ao caso do preso Abdullah Ocalan, líder da rebelião armada curda. Ocalan foi acusado de traição e condenado à forca em 1999. Porém, a sentença foi alterada para prisão perpétua em outubro de 2002, depois de a Turquia abolir a pena capital sob pressão da União Europeia - na época, o país buscava uma vaga na UE.

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A sugestão de Erdogan para colocar o assunto da pena de morte na agenda do parlamento surgiu em meio a uma greve de fome de cerca de 700 prisioneiros curdos que buscam melhores condições prisionais para Ocalan, mantido na solitária por um ano e meio, além do corte das restrições no uso da língua curda.

Alguns destes protestos ocorrem há 61 dias, mas o premiê classificou a ação como "um espetáculo, chantagem, blefe". No sábado (10), parlamentares do partido pró-curdo Paz e Democracia (BDP) aderiram à manifestação.

Cerca de 45 mil pessoas - a maioria curdos - já foram mortas nos confrontos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), de Ocalá. O partido é considerado uma organização terrorista pelo governo de Erdogan e por boa parte da comunidade internacional. As informações são da Dow Jones.