Declínio
Reação a protestos abala credibilidade turca com europeus e americanos
A Turquia é um aliado político fundamental para os Estados Unidos e a União Europeia em uma região altamente instável. Ao longo de pouco mais de uma década, o premiê, Recep Tayyip Erdogan, foi o homem com quem Washington e Bruxelas precisaram tratar e é provável que continue sendo assim, apesar das relações cada vez mais frias com Ancara.
Em outros tempos, Erdogan era elogiado por líderes ocidentais como um político moderado à frente de um governo islâmico democrático. Mais recentemente, sua reputação foi abalada dentro e fora da Turquia por ter ordenado a repressão às manifestações populares ocorridas no país.
Sem opção
Norte-americanos e europeus "têm um ponto de vista cada vez mais negativo sobre Erdogan, mas não têm alternativa a não ser tratar com ele por causa da localização estratégica da Turquia", opinou Fadi Hakura, do centro de pesquisas e análises Chatham House, com sede em Londres.
Era de se esperar que o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, estaria na defensiva depois de ter sido obrigado a buscar refúgio em um supermercado ao ser acossado por manifestantes. Afinal, a expectativa é de que ingresse em breve na campanha para a presidência. Mas este não seria o Recep Tayyip Erdogan que todos conhecem.
No início da semana passada, uma explosão seguida de incêndio em uma mina de carvão em Soma, no oeste da Turquia, provocou a morte de centenas de trabalhadores. Foi o mais grave acidente industrial da história da Turquia.
O primeiro-ministro cancelou compromissos e dirigiu-se à cidade com as intenções de prestar solidariedade e acompanhar os esforços de resgate, mas foi recebido por manifestantes revoltados com as mortes. Apesar do constrangimento, considera-se pouco provável que o incidente da última quarta-feira, protagonizado por familiares e amigos das vítimas e pessoas solidárias a elas, induza Erdogan a perder o foco. Durante a visita a Soma, ele fez ouvidos moucos à revolta dos manifestantes, que imediatamente voltou-se contra o governante.
Chefe do governo turco desde 2003, Erdogan tem sinalizado a intenção de prorrogar sua atuação como personagem política dominante do país nos últimos anos. Até o momento, ele não se lançou em campanha para a presidência. Mas poucos têm dúvidas de que o líder de 60 anos idade seja o favorito para vencer o pleito.
Indiferença
Apesar do extenso histórico de acidentes em minas na Turquia, Erdogan não manifestou dor nem aceitou a ideia de ser responsabilizado pela tragédia. Tais acidentes, segundo ele, "são coisas normais" e ocorrem com relativa frequência em diversos países.
Chega a 301 o número de mortos na tragédia da mina turca
Folhapress
Depois de quatro dias de trabalho, as equipes começaram ontem a desmontar o esquema de buscas por trabalhadores vítimas de um acidente em uma mina de carvão na cidade de Soma, na Turquia.
O total final de mortos é de 301, de acordo com as informações do ministro da Energia turco, Taner Yildiz. Foi o pior acidente industrial já ocorrido no país. Pela manhã, houve um novo incêndio dentro da mina, o que interrompeu o resgate daqueles que se acredita serem os últimos dois corpos. Por precaução, no entanto, deverá haver mais uma busca antes que todo o aparato seja desmontado. O acidente na mina provocou comoção na Turquia e detonou uma nova onda de protestos.
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