O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, se negou a pedir desculpas após relatos de que Camberra teria espionado as ligações telefônicas do presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, e de seus ministros. Yudhoyono, por sua vez, afirmou nesta terça-feira (19) que as relações entre os países foram afetadas e classificou a prática de "ação ofensiva".
As denúncias publicadas pela mídia australiana basearam-se em documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, que revelou o vasto esquema de espionagem dos Estados Unidos a líderes, cidadãos e empresas de todo o mundo.
Abbott lamentou "qualquer constrangimento", afirmando que a Austrália considera a Indonésia um país amigo, mas disse que não se desculparia por uma operação "cabível".
"Eu considero o presidente Yudhoyono como um bom amigo da Austrália, na verdade, um dos melhores amigos que temos em qualquer lugar do mundo", disse ele, falando no Parlamento na terça-feira. "Eu não acredito que a Austrália deva pedir desculpas por operações de coleta de informações cabíveis, assim como eu não espero que outros países ou outros governos se desculpem por suas operações de coleta de informações cabíveis".
Documentos de Snowden mostram que a agência de segurança da Austrália teria tentado espionar o telefone celular do presidente da Indonésia em 2009, segundo a Australian Broadcasting Corporation e o jornal inglês The Guardian. A informação, divulgada na segunda-feira, levou Yudhoyono a convocar seu embaixador em Camberra.
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