O embaixador americano Zalmay Khalilzad reforçou em entrevista divulgada nesta sexta-feira que é um erro para os líderes iraquianos achar, por causa da determinação do governo Bush, que terão sempre apoio, independentemente do que fizerem.

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O embaixador também disse que o governo iraquiano já sabe que a paciência do povo americano está acabando.

Na entrevista à CNN, Khalilzar reiterou as declarações da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. Ela havia dito que o governo do premier Nuri al-Maliki está sobrevivendo "de lambuja'' e que o iraquiano já se conscientizou de que a diplomacia fracassou e que é hora de agir.

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O presidente George W. Bush anunciou que pretende mandar mais 21.500 soldados para o Iraque, além de aumentar a pressão sobre os iraquianos para que assumam a responsabilidade sobre sua própria segurança.

O Congresso americano, controlado pelos democratas, condenou o envio de mais tropas, e muita gente no Iraque questionou se isso vai fazer alguma diferença. Mas Khalilzad disse que desta vez o governo iraquiano está disposto a tomar medidas decisivas.

- O presidente vem sendo muito determinado desde o princípio e algumas pessoas aqui (no Iraque) entenderam mal, achando que, independentemente do que fizessem ou não fizessem, o apoio seria mantido, por causa da posição firme que o presidente adotou - disse o embaixador à CNN.

- O presidente já mandou um recado bem contundente de que a paciência do povo americano está acabando - acrescentou ele.

Khalilzad disse que Maliki, um islamita xiita, prometeu conter as milícias xiitas - uma exigência essencial de Washington e da minoria árabe sunita.

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Para os EUA, o Exército Mehdi, milícia leal ao xiita radical Moqtada al-Sadr, é a maior ameaça à segurança do Iraque. Mas Maliki depende do apoio político do movimento de Sadr, e não conseguiu conter as ações do grupo. Questionado se o premier vai mesmo confrontar o Exército Mehdi, Khalilzad disse:

- Ele prometeu isso para o presidente dos EUA. Esta é a melhor chance que eles têm para agir, e, se não agirem, sabem que correrão bastante risco.

Bombas, granadas de morteiro e as ações de esquadrões da morte sectaristas vêm matando centenas de pessoas por semana em Bagdá, e dezenas de milhares de pessoas abandonaram suas casas.

O envio de novos soldados para o Iraque, principalmente Bagdá, foi criticado até por republicanos. Mais de 3.000 soldados americanos já morreram no Iraque desde março de 2003.

Ativistas americanos realizaram o primeiro protesto do que prometem ser uma série de manifestações. Eles prometem fazer uma campanha maciça para impedir o envio das tropas extras.

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Os democratas pretendem votar no Senado uma medida contra o reforço das tropas no Iraque, mas a resolução não impediria o envio, seria apenas uma espécie de manifestação. Para isso, querem contar com o apoio de republicanos. Com os 21.500 soldados extras, o contingente americano no Iraque superaria os 150 mil.