Carta censurada
Ex-líderes pedem reforma política
Antigos dirigentes do Partido Comunista pediram ao governo de Pequim que adote reformas políticas, em uma ousada carta aberta rapidamente censurada pelo governo. Redigida em um estilo muito direto, ela denuncia a falta de liberdade de expressão na China.
"Se o Partido Comunista não reformar a si mesmo, se não se transformar, perderá a vitalidade e morrerá de morte natural", afirmam os autores da carta publicada na internet, antes de ser retirada dos principais sites e fóruns de discussão do país.
Os 23 signatários pedem ao governo que suspenda as restrições sobre o conteúdo dos livros e dos meios de informação.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse ontem que a China deveria libertar o Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo, em comentários que ameaçam inflamar as relações bilaterais, já tensas por uma disputa territorial.
Kan deu a declaração no momento em que os gigantes econômicos asiáticos planejam um encontro para reparar as relações, deterioradas após o Japão prender o capitão de um navio chinês em águas disputadas pelas duas nações, há mais de um mês. O capitão já foi solto.
Apesar do esforço para ser diplomático, o premier japonês deixou clara sua posição. Questionado no Parlamento sobre se Liu deve ser libertado, Kan disse que "do ponto de vista em que os direitos humanos universais devem ser protegidos além das fronteiras nacionais, isso é desejável".
"Junto da comunidade internacional, eu estou acompanhando para ver se ele conseguirá comparecer à cerimônia de premiação do Nobel da Paz ou se sua mulher ou membros da família comparecerão."
"Crime"
Em resposta, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores afirmou ontem que a atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo equivale a "estimular o crime". "Liu Xiaobo foi considerado culpado de um crime. Conceder o Prêmio Nobel equivale a estimular o crime", declarou Ma Zhaoxu.
Ele acrescentou que "as poucas pessoas parciais do comitê norueguês não têm o direito de julgar. Não se pode violar a independência da justiça chinesa", completou.
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