Cidade de Gaza O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniye, do movimento islâmico Hamas, afirmou ontem que pode renunciar ao cargo. "Se tivermos de escolher entre a questão do cerco e minha posição de primeiro-ministro, devemos acabar com o cerco para encerrar o sofrimento do povo palestino" disse Haniyeh, referindo-se às sanções econômicas impostas por vários países após a vitória do Hamas, nas eleições de janeiro.
A declaração foi vista como mais um passo rumo à formação de um governo de coalizão entre o Hamas e o partido laico Fatah, do presidente Mahmud Abbas.
As sanções internacionais atingem os palestinos desde março, quando o Hamas assumiu. Os cerca de 165 mil funcionários públicos têm sofrido com a falta de salários e o governo enfrenta pressões para solucionar o impasse. Os países que impuseram as restrições liderados pelos EUA afirmam que só retirarão as sanções quando o Hamas reconhecer Israel e renunciar à violência.
Além dos problemas econômicos, os palestinos da Faixa de Gaza enfrentam incursões de Israel em seus territórios, após a captura por militantes do Hamas de um soldado israelense, em junho. Na quarta-feira, um ataque com canhões israelenses no vilarejo de Beit Hanun, norte de Gaza, deixou 19 mortos e gerou uma onda de protestos pelos países muçulmanos.