Presidente Robert Mugabe: opositor defendeu sanções contra o país| Foto: Philimon Bulawayo/Reuters

Wikileaks

Site revelou opinião da diplomacia norte-americana sobre o presidente chileno, Sebastián Piñera.

Chile

- Presidente Sebastián Piñera era descrito, antes de assumir o cargo, como alguém que "maneja a política e seus negócios no limite da lei e da ética" e ligado a "questionáveis ações" empresariais.

Síria

- O regime sírio, laico, tolerou ataques a embaixadas ocidentais em Damasco em 2006, após a polêmica causada pela publicação de charges do profeta Maomé em um jornal da Dinamarca.

Emirados Árabes

- Os Emirados Árabes Unidos avaliaram esconder o assassinato de um líder do Hamas por Israel no ano passado, mas recuaram por acreditar que a medida seria vista como alinhamento aos israelenses.

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Harare - O premier do Zimbábue, Mor­­gan Tsvangirai, pode sofrer acusação de traição por conversa mantida com o embaixador ame­­­­ricano relatada em docu­­men­­tos dos EUA revelados pelo site WikiLeaks. O procurador-geral do Zimbábue, Johannes Tomana, afirmou que pretende nomear comissão para determinar se a revelação configura traição, crime que pode ser punido com pe­­na de morte.

Em despacho de 24 de dezembro do ano passado, segundo o Guardian, o premier defende a manutenção das sanções internacionais contra o país, que têm como maior alvo o ditador Ro­­bert Mugabe, no poder desde 1980 e rival de Tsvangirai.

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"O WikiLeaks parece mostrar uma traiçoeira conspiração en­­tre cidadãos do Zimbábue e agres­­sivos atores, particularmente os EUA", disse Tomana ao estatal Herald. "Com efeito imediato, eu estou instruindo uma equipe para analisar os temas que surgiram com o WikiLeaks."

Na semana passada, os Es­­tados Unidos impuseram sanções contra o pro­­curador alegando que suas ações comprometem as instituições locais.

A in­­tenção de To­­ma­­na é compartilhada pe­­lo partido de Mugabe, o Zanu-PF, que de­­fende a abertura de inquérito sobre o caso e aprovação de lei que considere traição a defesa de sanções ao país.

Esgotamento

A iniciativa é novo indício de es­­gotamento do governo de união formado para colocar fim à grave crise política desencadeada após as eleições presidenciais de 2008. Na ocasião, Tsvangirai venceu Mugabe no primeiro turno, mas abandonou o pleito an­­tes do segundo, alegando perseguição de partidários por parte do governo.

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O impasse – e uma crise hu­­manitária de grandes proporções – só foi contornado com a formação, após intensa pressão internacional, do governo de união que assumiu em fevereiro de 2009. O acordo logrou conter a deterioração da situação hu­­ma­­nitária e econômica local, mas não foi o suficiente para que a maioria das sanções internacionais fosse revista.

Pelo que fora acordado, uma nova Constituição deveria ser redigida, e eleições gerais seriam realizadas até fevereiro do próximo ano.