O presidente da Síria, Bashar al-Assad, prometeu que vai cooperar com o inquérito da ONU sobre a morte do ex-primeiro-ministro do Líbano Hafik al-Hariri, mas que o país não vai sacrificar seus interesses nacionais no processo.

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Num discurso desafiante na Universidade de Damasco, transmitido ao vivo pela TV síria, o jovem presidente deixou claro que, para ele, a missão da ONU é parte de um jogo internacional para subjugar Damasco.

- Não importa o que façamos e o quanto cooperemos. No final, o resultado, depois de um mês, será: "A Síria não cooperou". Mas temos que fazer nosso trabalho - disse Assad.

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O presidente reiterou que a Síria não está envolvida no atentado que matou Hariri, em Beirute, em 14 de fevereiro e disse que não permitirá que a investigação da ONU prejudique a segurança e a estabilidade da Síria.

- O assunto não é mais criminal, não percamos tempo pensando nisso. A Síria não está envolvida, no nível de Estado ou individual - disse Assad, num discurso de 75 minutos, no qual improvisou a maior parte do tempo.

Ele não se referiu diretamente ao pedido do investigador-chefe da ONU no caso, Detlev Mehlis, de interrogar, no Líbano, seis altos oficiais sírios. Entre eles está Assef Shawkat, cunhado de Assad e chefe da inteligência militar.

Assad disse que a Síria tem feito o melhor que pode para tornar mais segura sua fronteira com o Iraque, em seu próprio interesse, não apenas em resposta a pedidos dos EUA.

Os EUA acusam a Síria de permitir a infiltração de insurgentes estrangeiros no Iraque, apoiar radicais palestinos e libaneses e continuar intrometendo-se no Líbano.

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Mehlis tem até 15 de dezembro para concluir seu inquérito e um relatório que será encaminhado ao Conselho de Segurança. Um relatório preliminar divulgado no mês passado criticou a Síria por falta de cooperação.