O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, demitiu cinco governadores e fez mudanças no primeiro escalão de dez das 34 províncias do país, nesta quinta-feira (20), como parte de uma caçada a funcionários incompetentes ou corruptos, feita sob pressão de doadores estrangeiros.

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As demissões, que também reforçam o poder político do próprio Karzai, seguem-se a um decreto baixado há dois meses pelo presidente com medidas de combate à corrupção e ao nepotismo.

Entre os demitidos está o governador da volátil província de Helmand, Gulab Mangal, muito ligado aos apoiadores internacionais de Karzai. O substituto dele será o general Naeem Baloch, consultor da agência afegã de espionagem e considerado um homem de confiança do presidente.

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Mas as mudanças também vão preocupar os doadores de ajuda ao país, em especial pelo fato de Mangal ter sido figura central nos planos da Otan de melhorar a segurança na província de Helmand, onde insurgentes atacaram na semana passada uma grande base da Otan, destruindo jatos de combate avaliados em US$ 200 milhões e matando dois soldados estrangeiros, incluindo um alto oficial.

O governo substituiu Mangal pelo general Naeem Baloch, um conselheiro da agência de espionagem do país e aliado mais próximo do círculo de Karzai.

As mudanças afetam dez províncias, entre as quais Nimroz e Badghis, no oeste, Faryab e Baghlan, no norte, Wardack, no centro, Helmand, no sudoeste, e a capital, Cabul.

O Talibã continua a ser uma ameaça em potencial na maior parte do país, incluindo Cabul, onde os insurgentes têm desfechado ataques de forte impacto, como a ofensiva em abril contra áreas de edifícios governamentais e diplomáticos.