O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, ordenou neste domingo (24) a retirada de todas as forças especiais dos Estados Unidos de Wardak, uma província no leste do país de importância estratégica. A decisão, motivada por alegações de que afegãos trabalhando com soldados norte-americanos estariam torturando e abusando de seus semelhantes, parece ter pego a coalizão de surpresa.
Os EUA frequentemente alimentam um sentimento de revolta no público afegão por questões que vão desde a queima do Alcorão em uma base militar norte-americana até a morte de civis. "Nós levamos todas as acusações de má conduta a sério e iremos longe para determinar os fatos que as cercam", informou comunicado das forças norte-americanas.
Também neste domingo, uma série de ataques no leste do Afeganistão mostrou que os insurgentes continuam na ofensiva, ainda que as tropas internacionais e dos EUA se preparem para encerrar a missão até o final de 2014. Quatro atentados suicidas coordenados contra a agência de inteligência do Afeganistão e outras forças de segurança no coração de Cabul foram um lembrete sangrento da insurgência nesses 12 anos de guerra.
O porta-voz da presidência, Aimal Faizi, afirmou que a decisão de ordenar a saída das tropas especiais dos EUA de Wardak foi tomada durante uma reunião do Conselho Nacional de Segurança devido às supostas ações de afegãos associados às forças norte-americanas.
Ele acrescentou que as operações devem ser suspensas imediatamente na província localizada perto de Cabul, que é vista como porta de entrada para capital e tem sido foco dos esforços contrainsurgência nos últimos anos. Em agosto de 2011, insurgentes derrubaram um helicóptero, matando 30 soldados norte-americanos, a maioria de elite, em Wardak. As informações são da Associated Press.
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