O novo presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, prometeu uma reforma na segurança na capital Cabul, em um discurso irritado neste domingo, e denunciou a recente onda de ataques do Taliban contra alvos civis e militares como "anti-islâmico".
Nas últimas semanas, o Afeganistão tem sofrido ondas de atentados suicidas pelos insurgentes islâmicos, que procuram ganhar territórios e espalhar incerteza quando a maioria das tropas estrangeiras se preparam para a retirada neste mês.
"Basta, isso não é mais aceitável", Ghani gritou durante uma visita a uma escola. Ele pediu aos líderes religiosos para pregar contra o Taliban.
"Esses atos não são islâmicos e são desumanos", disse ele.
Ataques cada vez mais ousados do Taliban em Cabul levaram a críticas ao governo por graves falhas de segurança.
Ghani disse que ele estava tentando remontar um organismo de segurança visto pela última vez durante um governo apoiado pelos soviéticos na década de 1980. Ele não deu mais detalhes, mas seu porta-voz disse que o novo órgão iria coordenar entre as agências policiais, do Exército e de Inteligência.
"O número de forças que temos em Cabul é suficiente, mas a maneira como elas estão sendo usadas é um problema, nós temos que mudar isso", disse o porta-voz Nazifullah Salarzai após o evento.
Cabul abriga milhares de soldados e policiais armados com armas pesadas e leves. Ainda conta com muros de concreto e postos de controle, mas isso não parece ter limitado a ousadia do Taliban.
Na quinta-feira, um atentado suicida em um centro cultural francês vigiado pelo Exército, no centro de Cabul, matou um alemão, que estava participando de uma apresentação de uma peça denunciando bombas suicidas.