La Paz O presidente interino da Bolívia, Eduardo Rodríguez, ameaçou deixar o governo se o Congresso adiar as eleições gerais previstas para 4 de dezembro. Ele assumiu 120 dias atrás. Durante pronunciamento à nação, Rodríguez alegou estar defendendo o cumprimento da Constituição, mas acabou agravando o clima de instabilidade no país, que fornece cerca de 50% dos 45 milhões de metros cúbicos de gás consumidos diariamente no Brasil.
É a terceira vez que a Bolívia enfrenta a mesma situação este ano. O ex-presidente Carlos Mesa ameaçou renunciar em março e acabou cumprindo a promessa em junho. Rodríguez, que era presidente da Suprema Corte, assumiu o cargo, com a missão de estabilizar o país, abalado por protestos que pediam a nacionalização do gás, por confrontos políticos entre nacionalistas e liberais e pelo crescente movimento que pede mais autonomia de Santa Cruz, a província mais rica do interior.
O mandato de Rodríguez começou no dia 9 de junho e, oficialmente, só deve chegar ao fim em 22 de janeiro de 2006. No entanto, como o Tribunal Constitucional determinou que o número de cadeiras de cada província na Câmara dos Deputados seja recalculado, as eleições previstas para dezembro correm o risco de ser adiadas. Paralelamente, o Congresso discute ampliar o mandato de Rodríguez até 2007.
O Congresso alega que falta entendimento entre as regiões e partidos sobre a reorganização do número de cadeiras do Parlamento. Por outro lado, o líder do Movimento ao Socialismo (MAS) e deputado Evo Morales argumenta que a estratégia do governo é simplesmente impedir as eleições. A ameaça de renúncia, para ele, faz parte de um jogo duplo, em que Rodríguez tenta se mostrar como melhor alternativa diante do risco de uma nova crise.
A renúncia praticamente virou rotina na Bolívia nesta década. Há dois anos, o liberal Gonzalo Sánchez de Lozada renunciou, depois de 78 mortos em confrontos durante protestos populares. Desde aquela época, a nacionalização do gás, aprovada em junho, acirravam os ânimos no país.
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